terça-feira, 5 de julho de 2016


sujeitos a enchentes na região, além de propor soluções regionais, sequer está pronto, embora a apresentação dos resultados estivesse marcada para ontem, durante a reunião mensal dos gestores das sete cidades.
Do que foi possível apresentar, a proposta é inexequível, já que em pleno momento de crise econômica no País, não há a mínima previsão de auxílio na obtenção de recursos, que são extremamente significativos. Segundo as informações que o Consórcio já tem, para resolver o problema, é preciso despender R$ 2 bilhões na construção de 38 piscinões e outras 214 intervenções em mais de 50 quilômetros de vias.

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“O governo federal não tem novas linhas (de financiamento), ele está muito preocupado em garantir recursos para as já abertas. No momento, a coisa está muito mais em realizar o que se iniciou”, admite o coordenador do Comitê Gestor de Drenagem e secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Flávio Casarini. Como exemplo de intervenções, foram citadas canalizações, melhorias de travessias, alongamentos de córregos e construção de galerias. Nenhuma informação quanto aos locais prioritários foi passada.
Para Marinho, a macrodrenagem “deveria ser de total responsabilidade do Estado”. “Os municípios acabam fazendo esforço dramático”, falou.
O Consórcio foi criado em 1990 e discute há pelo menos 16 anos a problemática das enchentes. Segundo a entidade, é a partir do estatuto de consórcio público, obtido em 2010, que ela se estrutura tecnicamente, juridicamente e financeiramente, levando à elaboração de projetos e planos regionais e à capacidade de execução e captação de recursos.
Com muita teoria e zero prática, a população continua sofrendo a cada tempestade, que tantos prejuízos materiais ocasiona e até danos irreparáveis – na última década, ao menos oito pessoas morreram em enchentes na região.
Apesar de toda a gravidade e urgência na discussão do problema, os chefes dos Executivos mostraram pouco interesse no assunto. Na reunião de ontem, apenas dois prefeitos – Luiz Marinho (PT), de São Bernardo e presidente do Consórcio, e Gabriel Maranhão (PSDB), de Rio Grande da Serra, estavam presentes. O gestor de Santo André, Carlos Grana (PT), deixou o encontro cerca de meia hora após o início.
O estudo de drenagem, feito pela empresa KF2 Engenharia e Consultoria, ainda é tido como preliminar um ano após ser contratado pelo custo total de R$ 1,5 milhão. Segundo Casarini, o plano compreenderá seis relatórios, sendo que, para a finalização do último, é preciso aguardar que São Caetano entregue dados que constam do seu Plano Diretor de Drenagem Urbana, iniciado três meses antes da ação do Consórcio, mas que, por conta de alguns pontos a serem melhor detalhados, ainda não foi finalizado. O Consórcio espera apresentar o plano completo na próxima reunião dos prefeitos, no início de agosto, e agendar audiências públicas, convidando a prefeitura da Capital para trabalhar em conjunto.
 
Entidade debaterá logística reversa
A reunião mensal dos prefeitos no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC teve também como discussão as prioridades da implementação do Plano Regional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos.
Entre as propostas está a criação de acordo de logística reversa com o setor produtivo. O objetivo é aplicar a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
Por enquanto, o Consórcio tem 15 atores nos setores de vidro, papelão, plástico e alumínio da região, a quem pretende dialogar para a parceria.
Para a entidade, a ação pode auxiliar no dimensionamento de quantas usinas serão necessárias para destinação do que não pode ser reciclado e, com elas, gerar energia por meio de outras fontes.
Seminário envolvendo a temática da logística reversa está previsto para acontecer entre outubro e novembro.