terça-feira, 12 de setembro de 2017


Flechas da PF apontam para Temer em gráfico do 'quadrilhão' do PMDB

Reprodução
Esquema elaborado pela Policia Federal em relatório sobre 'quadrilhão' do PMDB
Esquema elaborado pela Policia Federal em relatório sobre 'quadrilhão' do PMDB

Ao estilo do Power Point de Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato na Procuradoria em Curitiba, a Polícia Federal incluiu em seu relatório sobre a atuação do PMDB dois organogramas para ilustrar a atuação de Michel Temer no "quadrilhão"do partido.
Desta vez, em vez de apontar para Lula, as flechas indicam Temer, ao lado do ex-deputado Eduardo Cunha (RJ), no comando da "gestão do núcleo político" de uma suposta organização criminosa formada pela legenda na Câmara. O documento foi encaminhado ao STF (Supremo Tribunal Federal) na segunda (11).
A Temer se reportariam deputados e ex-deputados que atuaram no Planalto —casos de Geddel Vieira Lima (preso na semana passada, após a apreensão de R$ 51 milhões em um apartamento atribuído a ele), Henrique Alves (preso em junho) e Eliseu Padilha, atual ministro-chefe da Casa Civil, acusado de supostamente receber R$ 10 milhões da Odebrecht.
Estão lá aliados históricos do presidente, como Moreira Franco, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, e seu amigo e conselheiro José Yunes, empresário. E o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, que ficou conhecido como "deputado da mala" após ser filmado correndo com a bagagem contendo R$ 500 mil em propinas da JBS.
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Esquema elaborado pela Policia Federal em relatório sobre 'quadrilhão' do PMDB
Neste gráfico, a PF tenta ilustrar o papel das empresas no "quadrilhão" do PMDB
Na descrição da PF, o gráfico "tem como referência o presidente Michel Temer, por ser sua excelência justamente o ponto comum entre essas pessoas".
Segundo a investigação, todos os presentes no diagrama estão envolvidos "nos diversos crimes" que vieram à tona desde o início da Lava Jato.
LÁ VAI FLECHA
Segundo a conclusão da investigação, há indícios de que Temer tenha recebido vantagens de R$ 31,5 milhões —o que ele nega. O relatório da PF servirá para embasar uma provável nova denúncia do procurador-geral, Rodrigo Janot, contra o presidente.
Além de Temer, o inquérito mira os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) e os ex-deputados Eduardo Cunha (RJ), Geddel Vieira Lima (BA) e Henrique Alves (AL).
Segundo a PF, um fato relevante que demonstra a ascensão de Temer sobre o PMDB da Câmara ocorreu em abril de 2015, quando a então presidente Dilma Rousseff (PT) o nomeou como articulador político do governo, após extinção da Secretaria de Relações Institucionais.
O relatório, assinado pelos delegados Marlon Cajado e Cleyber Lopes, lista uma série de vantagens supostamente recebidas pelo presidente.
A soma: R$ 500 mil pagos a Rocha Loures, R$ 30 milhões das empresas do grupo Odebrecht e outro R$ 1 milhão pago ao coronel João Baptista Lima, amigo do presidente, pelo grupo J&F.
Entram nas contas do inquérito os R$ 5,46 milhões supostamente pedidos por Michel Temer em caixa dois para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo, em 2012. E os valores doados, também supostamente de forma ilícita, à campanha do "apadrinhado político" Paulo Skaf para governador de São Paulo em 2014. 

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