Uma vez efetivado, o governo Michel Temer tem pela frente as mudanças para o ajuste fiscal das contas públicas, ou seja, diminuir gastos e dívidas e aumentar arrecadação, para equilibrar a contabilidade.
Para dar conta do desafio, há muitas propostas na mesa --e algumas delas possuem impacto em serviços e benefícios para a população.
Algumas delas: cortar gastos do governo (incluindo educação e saúde), aumentar impostos, mudar regras da aposentadoria e de contratos trabalhistas.
Limitar gastos
Limitar gastos com saúde e educação é uma das estratégias do novo governo. Isso pode acontecer se for aprovada a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241.
Ela muda a Constituição, é a principal medida concreta de ajuste fiscal apresentada e, se aprovada pelo Congresso, irá fixar a regra pelos próximos 20 anos.
A lei hoje exige que os governos apliquem um percentual mínimo de sua receita em educação e saúde. O governo federal é obrigado a aplicar na saúde ao menos o mesmo valor do ano anterior mais o percentual de variação do PIB (Produto Interno Bruto). Estados e municípios precisam investir 12% e 15%, respectivamente.
Na educação, o governo federal deve gastar 18% do arrecadado, e Estados e cidades, 25%.
Pela proposta, os percentuais se mantêm, mas o cálculo seria feito sobre o valor aplicado no ano anterior corrigido pela inflação, e não mais sobre a receita líquida do governo
Aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a PEC está em análise por uma comissão especial, que tem até 40 sessões para discutir e votar o tema. Ainda precisa passar por votação no plenário da Câmara e depois no Senado.
Ela muda a Constituição, é a principal medida concreta de ajuste fiscal apresentada e, se aprovada pelo Congresso, irá fixar a regra pelos próximos 20 anos.
A lei hoje exige que os governos apliquem um percentual mínimo de sua receita em educação e saúde. O governo federal é obrigado a aplicar na saúde ao menos o mesmo valor do ano anterior mais o percentual de variação do PIB (Produto Interno Bruto). Estados e municípios precisam investir 12% e 15%, respectivamente.
Na educação, o governo federal deve gastar 18% do arrecadado, e Estados e cidades, 25%.
Pela proposta, os percentuais se mantêm, mas o cálculo seria feito sobre o valor aplicado no ano anterior corrigido pela inflação, e não mais sobre a receita líquida do governo
Aprovada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a PEC está em análise por uma comissão especial, que tem até 40 sessões para discutir e votar o tema. Ainda precisa passar por votação no plenário da Câmara e depois no Senado.
Aposentadoria mais longe
O brasileiro pode ser obrigado a trabalhar mais para se aposentar. Por causa do rombo na Previdência, há intenção de mudar as regras.
A principal polêmica é o aumento da idade mínima para a aposentadoria. Há rumores de que o governo estudaria aumentar de 65 para 75 anos (homens) e de 60 para 70 anos (mulheres). O governo Temer já negou oficialmente essa informação.
Por enquanto, não existe proposta concreta enviada ao Congresso. Como é alteração na legislação, a reforma precisa passar por votação. O governo deve enviar esse texto à Câmara e ao Senado ainda neste ano, mas as chances de aprovação no curto prazo são remotas.
Outra estratégia poderia ser exigir ao mesmo tempo a idade mínima (65 anos para homens e 60 anos para mulheres) e o tempo de contribuição ao INSS (35 anos para os homens e 30 para as mulheres). Atualmente, basta cumprir uma delas.
A principal polêmica é o aumento da idade mínima para a aposentadoria. Há rumores de que o governo estudaria aumentar de 65 para 75 anos (homens) e de 60 para 70 anos (mulheres). O governo Temer já negou oficialmente essa informação.
Por enquanto, não existe proposta concreta enviada ao Congresso. Como é alteração na legislação, a reforma precisa passar por votação. O governo deve enviar esse texto à Câmara e ao Senado ainda neste ano, mas as chances de aprovação no curto prazo são remotas.
Outra estratégia poderia ser exigir ao mesmo tempo a idade mínima (65 anos para homens e 60 anos para mulheres) e o tempo de contribuição ao INSS (35 anos para os homens e 30 para as mulheres). Atualmente, basta cumprir uma delas.
Privado x estatal
Já antes do impeachment, Temer criou a Secretaria-Executiva do Programa de Parcerias e Investimentos. É responsável pelo programa de PPPs (Parcerias Público-Privadas -participação de empresas em projetos públicos), concessões e privatizações, que ainda não foi anunciado. A ideia é buscar recursos que cubram o rombo nas contas do governo.
Alguns dos projetos já mencionados por Temer são a privatização dos aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro).
O documento Travessia Social, lançado pelo PMDB no fim de abril, diz que “o Estado deve transferir para o setor privado tudo o que for possível em matéria de infraestrutura”, mas até agora essa agenda não foi detalhada.
Alguns dos projetos já mencionados por Temer são a privatização dos aeroportos de Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio de Janeiro).
O documento Travessia Social, lançado pelo PMDB no fim de abril, diz que “o Estado deve transferir para o setor privado tudo o que for possível em matéria de infraestrutura”, mas até agora essa agenda não foi detalhada.
Cunha, a pauta-bomba
A cassação do deputado federal e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é apontada como uma dificuldade adicional para a votação das reformas de Temer no Congresso, na opinião da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), líder da minoria na Câmara.
"Não vai acontecer nada antes de resolvermos isso", afirma Feghali.
O deputado federal André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara e aliado de Cunha, minimiza esse impacto. "Essa é uma questão paralela da Câmara, não tem nada a ver com o andamento das votações."
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para 12 setembro a apreciação da cassação do deputado em plenário.
Feghali afirma que a oposição fará de tudo para obstruir o andamento das reformas fiscais e administrativas. "Vamos fazer uma grande resistência à pauta que virá. Perda de direitos, Estado mínimo, é a velha política neoliberal que volta com força", afirma.
"Não vai acontecer nada antes de resolvermos isso", afirma Feghali.
O deputado federal André Moura (PSC-SE), líder do governo na Câmara e aliado de Cunha, minimiza esse impacto. "Essa é uma questão paralela da Câmara, não tem nada a ver com o andamento das votações."
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para 12 setembro a apreciação da cassação do deputado em plenário.
Feghali afirma que a oposição fará de tudo para obstruir o andamento das reformas fiscais e administrativas. "Vamos fazer uma grande resistência à pauta que virá. Perda de direitos, Estado mínimo, é a velha política neoliberal que volta com força", afirma.
Saúde e educação grátis em discussão
Já no governo interino de Temer, surgiram declarações e propostas polêmicas, além das mudanças na Previdência e nas leis trabalhistas.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, apoia a cobrança de mensalidades em universidades federais, como informou o Blog do Fernando Rodrigues em maio, mas não especificou de que forma isso seria feito.
Existe um projeto de lei do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) que estabelece a cobrança em tramitação no Senado.
Os ministros das Cidades, Bruno Araújo, e do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, deram declarações à imprensa defendendo revisões nos programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, mas tampouco aprofundaram os temas.
Outras medidas com impacto direto na população foram mencionadas por membros do governo, mas ainda não possuem forma. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, citou a revisão de benefícios ao comentar sobre a situação do SUS (Sistema Único de Saúde).
"Em um determinado momento, vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias... Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber", afirmou.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, apoia a cobrança de mensalidades em universidades federais, como informou o Blog do Fernando Rodrigues em maio, mas não especificou de que forma isso seria feito.
Existe um projeto de lei do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) que estabelece a cobrança em tramitação no Senado.
Os ministros das Cidades, Bruno Araújo, e do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, deram declarações à imprensa defendendo revisões nos programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, mas tampouco aprofundaram os temas.
Outras medidas com impacto direto na população foram mencionadas por membros do governo, mas ainda não possuem forma. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, citou a revisão de benefícios ao comentar sobre a situação do SUS (Sistema Único de Saúde).
"Em um determinado momento, vamos ter que repactuar, como aconteceu na Grécia, que cortou as aposentadorias... Temos que chegar ao ponto do equilíbrio entre o que o Estado tem condições de suprir e o que o cidadão tem direito de receber", afirmou.
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