sábado, 30 de janeiro de 2016

O mecânico

Estava viajando na Fernão Dias, indo para minas gerais e ao passar por uma cidadezinha, o carro começou a fazer um barulho estranho, encostei desci do carro, tinha um barzinho fechado, olhei em volta tudo fechado, não tinha alma viva na rua, dez horas da noite o que vai se esperar, voltei ao carro tentei ligar novamente e nada, abri o capo, olhei inutilmente, pois não sei nada de mecânica, abri a tampa da água do radiador ela saiu com uma pressão surpreendente espirrando água para todo lado, queimei a mão, coloquei a tampa de volta disse dois palavrões em voz alta, fechei o carro peguei o celular, estava pensando em ligar para o mecânico, procurei nos contatos mas não tinha área, gritei mais dois palavrões, comecei a andar para dentro da cidade, depois de andar cinco minutos ouvi um psiu, olhei em volta psiu, eram duas moças lindas que estavam em frente a uma padaria, fui de encontro a elas.

_Oi benzinho, procurando companhia?

Eu disse: _Sim procuro, ah como procuro, quero um mecânico.

A outra moça deu uma risadinha, que pena, mas você não tem cara de quem sai procurando homem por ai.

Não, mesmo é que meu carro quebrou aqui perto.

E um programinha você não topa?

Não hoje não, obrigado, tenho que ir para casa.

Uma das moças disse eu conheço um mecânico, é aqui perto vou chamar e saiu a pé até sumir no meio da noite.

A moça que ficou tentou me convencer do programa, mas fui irredutível, dez minutos depois me chega a moça com o suposto mecânico, fomos os quatro para a beira da estrada me apresentaram o colega delas, o estranho era que ele não tinha cara de mecânico, se é que esse tipo de profissional tem cara, chegando ao carro ele pediu para ligar, entrei no carro bati a chave e nada.

Ei abre o capo gritou ele, abri ele começou a analisar, foi quando sai fora do carro, fiquei ao lado dele observando, as garotas estavam a alguns metros as nossas costas, foi quando senti um golpe forte na cabeça, cai no chão, escureceu tudo.

Acordei no outro dia de manhã com o barulho de porta de loja abrindo, era o bar, levantei cambaleando, olhei em volta o carro não estava mais lá, bati a mão nos bolsos, o celular a carteira, tinham levado tudo.

Fui até o bar estava numa sede maldita, pedi água o atendente do bar me serviu.

_Ei moço você esta bem? Perguntou o atendente.

_Não, nada bem.

_Você tem um belo de um galo na cabeça, e esta sangrando, vá ao banheiro se lavar.

Chegando ao banheiro percebi o quanto estava horrível a minha aparência, passei uma água no rosto e voltei ao balcão, contei toda a história ao atendente, que disse:

_Na próxima cidade tem uma delegacia, tem um colega que trabalha comigo que esta indo comprar bebidas, se você quiser ele te dá uma carona.

Topei não tinha nada a perder.

O rapaz que atendia me disse:

_Não conta pra ninguém tá, e me trouxe um lanche caprichado, comi feito um animal, agradeci, ele disse que não tinha de que, e avisou olha o rapaz que vai te dar carona tá chegando, foi até o colega e explicou a situação, me chamou, entrei no carro e rumamos para a cidade vizinha.

Chegando lá percebi que a cidade era maior e mais movimentada, chegando na delegacia, o rapaz deixou me na porta se despediu, e eu o agradeci.

Mas quando olhei no estacionamento, vi algo que não esperava, era meu carro que estava estacionado, então entrei feliz da vida na delegacia vi um único policial que estava escrevendo algo de cabeça baixa, percebi que o conhecia de algum lugar, ele deu as costas para mim e saiu corredor a dentro no sentido oposto ao meu, fui até a mesa tinha um quadro em cima com uma foto, observei e estremeci quase caindo no chão. O maldito cara amigo das garotas de programa era o policial.

Virei as costas e sai revoltado daquele lugar, indignado por morar em um país tão corrupto, e injusto.

By Gilvan
Fonte: Aqui 

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