sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Somos a matrix, ou estamos na matrix

Estou completamente convencido de que vivemos em uma simulação computacional. Mais do que isso: Vivemos em uma das camadas dessa simulação, e prevejo que exista pelo menos mais uma além da nossa existência. Parece até uma discussão batida, tanto abordada ou questionada após o lançamento do filme Matrix (1999). Porém, como era de se esperar, não é tão simples quanto parece. Preparado para tomar a pílula vermelha?!

GATACA?!

O papo é mais biológico do que se espera, mas ainda assim estamos falando de um computador: O DNA. O DNA é, como já estudado por muitos, uma forma de armazenamento de dados, e suas estruturas de replicabilidade são similares a processos computacionais. Inclusive suas estruturas básicas, adenina, timina, guanina e citosina, apesar de serem 4, são ainda uma estrutura binária como a do computador (zeros e uns), pois elas obrigatoriamente só se encaixam nos pares A-C e G-T.
Antes de sermos seres vivos, somos a representação material do nosso código genético. Essa é a nossa camada de abstração, essa é a nossa Matrix! Somos, antes de mais nada, nossos genes. São eles que se reproduzem, que definem várias (não todas) características nossas. São eles que mandam na parada!
O que?! Isso é um absurdo! Desconsiderar o ambiente na formação do indivíduo é blá blá blá... etc... xingo muito no twiter...
Calma lá cara pálida. Eu não estou invalidando o ambiente e sua influência. Mas antes de você falar dos 20, 30 anos de ambiência que moldaram o ser que você é agora, eu preciso lhe falar que o DNA vem se adaptando ao ambiente há pelo menos 3600 milhões (eu disse MILHÕES) de anos. Esse constante ciclo  de mutação e replicação do mais apto foi o que construiu toda a biosfera do planeta (nosso mundo virtual!) e o que nos construiu atualmente como somos.
Quando você engorda demais por comer doce, quando você sente prazer em se deliciar com algo, quando você tosse ou sente a adrenalina de uma emoção forte, tudo isso são respostas do seu corpo ao ambiente, criadas pelos seus genes.

Genética e comportamento humano

Freud, dizem meus amigos psicólogos, afirmou que tudo é sexo (em um resumo que o faria revirar-se no túmulo, eu admito!). A libido seria nossa mola propulsora para tudo. Pois existe um outro livro que aborda exatamente essa questão do ponto de vista genético: O gene egoísta, do ultra super fantástico renomado Richard Dawkins. Nele temos que a instrução primordial do DNA é se reproduza! Ora ora seu Freud, quem diria!
O que o homem quer da vida? Sentir prazer? O prazer do sexo não preciso nem comentar, mas o prazer alimentar, por exemplo, deriva de que um ser bem alimentado é mais reprodutivo! Então quando você sente prazer ao comer um choquito, e seu corpo acumula gordura, a história genética da sua espécie diz que isso foi importante para que seus antepassados transassem mais! (Hoje esses pneuzinhos a mais não ajudam mais, mas é que na época das cavernas não tínhamos chocolate!)
Quando você busca conforto, do mesmo jeito: Um corpo descansado sempre foi mais vantajoso para a reprodução da espécie do que um calejado. A racionalidade, o reconhecimento de padrões, a linguagem, todas essas características que ganhamos com o passar da evolução estão aqui hoje por um só motivo: Elas nos ajudaram a fazer mais sexo. E é isso que está escrito no nosso DNA.
É por isso que, em parte, é muita pretensão mesmo do ser humano se chamar de racional. Se fossemos um bolo, teríamos um recheio de uns 100 mil anos de homem das cavernas, com uma camadinha fininha de 8 mil anos de civilidade. E muitas vezes essa cobertura é fina demais para segurar rompantes de violência ou de tesão sexual, ou mesmo de esperteza, características que se disseminaram (via DNA ou não) nas populações porque ajudaram a esses indivíduos a se reproduzir mais.

Camadas

Sim, estamos no mundo real, mas parte dos nossos comandos básicos, diria até os mais primitivos, vêm de outra camada de realidade, a do DNA. Essa é uma camada abaixo. E o que vemos agora é a descoberta de uma camada acima, a camada dos pensamentos e ideias.
PFFF... pronto, o papo virou esotérico!
Nesse mesmo livro do Gene Egoísta é citado um outro elemento que tem como característica básica a reprodução. É o Meme! O meme é considerado uma unidade de evolução cultural que pode de alguma forma autopropagar-se. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida. E o interessante é que cada vez mais esse mundo das ideias parece até autônomo do nosso mundo, como quando vemos que uma mesma ideia nasceu em datas similares em mais de um local, por exemplo.
Se considerarmos o mundo sub-atômico como mais uma camada, então temos:

  • O mundo sub-atômico, onde as leis da física não parecem obedecer a lógica, e coisas como tempo, espaço e possibilidades são infinitas. Dentro desse mundo de possibilidades criou-se o nosso universo físico. Nesse mundo físico desenvolveu-se o DNA.
  • O mundo do DNA: A estrutura básica da vida. É ela que dá as instruções básicas de como criar um ser vivo, e sua evolução criou uma infinidade de seres, todos com um propósito: Se reproduzir. 
  • O mundo dos seres vivos: Os seres existem e vivem suas vidas através do código do DNA. Criar uma ameba, uma girafa ou um ser humano é só uma das estratégias do DNA de ter um invólucro que lhe permita mais chances de reprodução. Dentro desse mundo de animais, temos o ser humano racional. 
  • O mundo das ideias: As ideias não tem matéria. Ou tem e ficam em uma dimensão inacessível ao ser humano. O mundo das ideias é alimentado pela mente dos seres humanos (por enquanto pelo que se sabe). É um mundo estranho,  onde as leis da física não parecem obedecer a lógica, e coisas como tempo, espaço e possibilidades são infinitas. 
Fonte: Aqui

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