Com próprio negócio, pequenos comerciantes conseguem deixar o Bolsa Família
CLAUDIA ROLLI
ENVIADA ESPECIAL AO RIO GRANDE DO NORTE
ENVIADA ESPECIAL AO RIO GRANDE DO NORTE
Felipe Victor Gomes dos Santos deixou para trás a plantação de milho e batata, o medo de pescar em alto-mar e a ajuda que recebeu durante anos do Bolsa Família para se tornar o único eletricista qualificado de São Miguel do Gostoso, cidade com 9.000 habitantes no litoral do Rio Grande do Norte.
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Há dois anos é "patrão de si mesmo" e de outros dois estudantes de 17 anos que, assim como Felipe, planejam montar seu próprio negócio.
No uniforme e no cartão de visitas, para reforçar a experiência profissional, o desenho de um pequeno raio anuncia: residencial e predial.
"Viver do trabalho era um sonho, entre outros que ainda quero realizar", diz Felipe, 22, que hoje ajuda os pais a cuidar de quatro irmãos.
No quintal da casa do eletricista ficam espalhados escadas, ferramentas e equipamentos de segurança, antes transportados em um carrinho de pedreiro e agora levados em uma moto.
A poucos metros dali está o Mercadinho 2 Irmãos. No estabelecimento de um único caixa, a ex-sacoleira de Caruaru (PE) Silvana Januário da Silva, 28, faz as contas ao lado do marido, Manoel Barbosa da Silva, o Pepeca, 33, e controla o que falta nas prateleiras para atender moradores e turistas atraídos pelos fortes ventos da costa, ideais para a prática do kitesurfe.
Para conseguir fechar o balanço, em uma comunidade na qual a maior parte dos clientes "pendura" as compras na caderneta e paga por semana, o casal decidiu abrir as portas antes da concorrência, às 5h30, e fechá-las também mais tarde, às 20h.
A meta é aumentar o faturamento e pagar o empréstimo feito para montar o mercadinho. Com o CNPJ de microempreendedora em mãos, Silvana deixou há três meses de receber o Bolsa Família.
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