Obras viárias devem custar R$ 10 bilhões
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC irá apresentar ao governo federal pacote com 116 propostas de intervenções para melhorar a mobilidade na região. O presidente da entidade e prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), estima que sejam necessários entre R$ 3 bilhões e R$ 10 bilhões para tirar o projeto do papel.
O valor apresentado é, por enquanto, apenas estimativa, já que o custo real só poderá ser definido depois que forem feitos os projetos básicos e executivos das intervenções. Marinho avalia que, se forem executadas apenas obras no sistema viário, como ruas, avenidas, pontes e viadutos, o total ficará entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões. Se forem somadas modificações no transporte coletivo - construção de corredores de ônibus, por exemplo, o investimento seria entre R$ 9 bilhões e R$ 10 bilhões.
O presidente espera conseguir reunião em 15 dias com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. O objetivo do encontro é verificar a capacidade de investimento da União para as intervenções sugeridas e, com isso, definir prioridades. Algumas obras, no entanto, são apontadas como fundamentais pelo petista, como a duplicação da Rodovia Índio Tibiriçá, extensão da Avenida Lauro Gomes, construção de pontes para eliminar cruzamentos em nível na Avenida dos Estados e de viaduto sobre a Via Anchieta. Marinho estima ter as respostas em 90 dias.
Se todas as adequações apontadas forem executadas, o Consórcio prevê que a velocidade média dos veículos nos corredores da região seja ampliada em cerca de 20%.
A coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) de Mobilidade Urbana da entidade, Andrea Brisida, salienta que as propostas de obras foram apontadas no Plano Diretor contratado por R$ 1 milhão pelo Consórcio e apresentado no fim do ano passado. O documento, elaborado por empresa de consultoria, apontou 210 possíveis alterações, número posteriormente reduzido para 163, já que 43 haviam sido executadas e quatro descartadas (leia ao lado). "Começamos a analisar melhor o primeiro diagnóstico e agora os trabalhos já estão um pouco mais refinados", explica Andrea.
Nesta etapa, as propostas foram divididas em 16 eixos prioritários, sendo o transporte público um deles. Uma das necessidades apontadas pela coordenadora é a criação do chamado Corredor Sudeste - via exclusiva para ônibus que sairia da divisa de São Caetano com a Capital e iria até Ribeirão Pires, passando pelas avenidas Dom Pedro II, Perimetral, João Ramalho, Capitão João e Humberto de Campos.
Em novembro, Plano Diretor apontou 210 possíveis medidas
O Plano Diretor de Mobilidade Urbana, contratado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e apresentado em novembro, apontou 210 propostas de intervenções viárias. O número foi reduzido para 163, já que 43 já haviam sido feitas pelas prefeituras e quatro foram descartadas. O investimento para a elaboração do documento foi de R$ 1 milhão, sendo R$ 800 mil pagos pelo governo do Estado.
As demandas foram apresentadas por cada município como obras prioritárias para diminuir congestionamentos. O estudo também apontou a necessidade de integração entre sistemas de transporte coletivo de toda a região, o que não tem data para sair do papel. A única medida neste sentido foi anunciada por São Bernardo, que deverá construir terminal em Diadema para que seja usado pelas duas cidades.
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