sexta-feira, 27 de março de 2015

Em SC, executivo apresenta energia de cidades inteligentes
27 de março de 2015 às 13:53


O curto circuito na Subestação Trindade, em Florianópolis,  na noite desta quinta-feira,  dia 26, provocou a interrupção no fornecimento de energia elétrica para 38.937 unidades consumidoras na Ilha de Santa Catarina pela Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina). O fato serve como exemplo para mostrar que  
a detecção de blecaute com análises, gestão da carga do transformador e identificação de roubo já são possíveis hoje, mas ainda não realizadas no país. “Hoje, em qualquer cidade do Brasil, a concessionária só tem noção de que houve uma queda de energia numa determinada região se alguém ligar para lá e reportar. Ela (concessionária) não tem essa informação”, disse cinco horas antes do episódio ocorrer o especialista Marcos Aguirre,  engineering sales support LAM da Itron, empresa líder mundial de tecnologia e serviços dedicada ao uso eficiente de energia e água.Giovana Kindlein
Falta modernização ao parque de ativos de transmissão e distribuição de energia elétrica no Brasil. A opinião é consenso entre os especialistas que participaram durante o dia no UTC América Latina Summit 2015 (Utilities Telecom Council América Latina), no Hotel Majestic, em Florianópolis.  Aguirre falou sobre a modernização das empresas de distribuição energia elétrica, aplicados às cidades inteligentes, que no final das contas, seria a utilização do Smart Grid.”As redes inteligentes, as cidades inteligentes podem contribuir fornecendo informação. São sensores, atuadores, medidores inteligentes, instalados ao longo da cidade, que geram um volume de dados para as concessionárias de serviços públicos, tanto de energia, como de água e gás”.
Segundo Aguirre, o crescimento da urbanização, conforme pesquisa do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) , como explosão demográfica, alto custo de vida, aumento dos níveis de poluição e das taxas de crime e de segurança pública, aliado ao crescimento exponencial de dados,  provocam desafios para o futuro. “A América Latina é uma região que tem a maior taxa de urbanização no planeta.  Hoje, a América Latina tem uma taxa de 82% de concentração da população nos centros urbanos. Em outros lugares, a média é menor. Na Europa, por exemplo, a média é de 75%”, diz.
A concentração não é um problema, de acordo com Aguirre, mas a taxa de migração das pessoas para a zona urbana é. “O crescimento é bastante descontrolado e isso começa a gerar uma série de desafios para as empresas que prestam serviço público para as cidades e dentro delas estão as concessionárias de energia. Daí, é que aparecem os problemas de gerenciamento de trânsito, desemprego, segurança pública, entre outros”, afirma. A palestra no UTC foi voltada a mostrar quais são os desafios que as cidades vêm enfrentando no âmbito da América Latina.
Hoje no Brasil existem sete cidades com redes inteligentes em projeto. São elas: Barueri (SP), Aparecida (SP), Búzios (RJ), Sete Lagoas (MG),  Domingos Martins (ES), Floriano Peixoto (ES) e Parintins (AM). “São provas de conceito, iniciativas de testes de novas tecnologias”. Ainda não existe nenhuma cidade inteligente no Sul do país. “Mas como observamos aqui, neste evento em Florianópolis, todas as concessionárias têm interesse em gerar e testar, verificar na prática os benefícios de modernizar a distribuição de energia elétrica”, diz.

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