sábado, 11 de março de 2017

O GOVERNO TEMER É ADMIRÁVEL!
Há algo admirável no governo Temer. É sua plena capacidade de exercer o poder, coisa que a esquerda precisa aprender.
Eles não estão interessados em mediações, em agradar A ou B fora de seus círculos ou em gradualismos. Romero Jucá, em entrevista ao Valor desta sexta (10), cantou a letra. O popular "Caju" disse o seguinte, ao discorrer sobre o projeto de terceirização: "Temos base para aprovar na Câmara e no Senado sem perguntar nada a ninguém. Es...tamos tentando construir um entendimento".
"Sem perguntar nada a ninguém". Faltou dizer "Entendeu, porra?".
Temer indicou apenas um membro do STF, mas controla a suprema corte, que tende a não lhe causar problemas. Tem ali um escudeiro implacável, um gênio dos dispositivos infraconstitucionais, Gilmar Mendes, que resolve qualquer drama para o Planalto a qualquer hora. A última é a tese da cassação da chapa com a possibilidade de reeleição do ocupante do palácio pelo Congresso..
O golpismo pode ter seus tropeços, mas evita marolas. Colocou de cara seu programa máximo na mesa: PEC 55, reforma Trabalhista, da Previdência, mudança do pré-Sal, aceleração das privatizações, manutenção da política monetária, sucateamento do SUS, das universidades etc. Não está nem aí para o que dirão. Tem a mídia - não regulada - como figadal aliada.
Ou seja, nossa direita tem algo que nos falta: consciência de classe. Não se perde em atalhos identitários e questionamentos sobre ética e quetais. E nós ainda nos perguntamos se classe social é uma categoria válida...
A centroesquerda ao chegar ao poder fez o que?
Primeiro buscou a confiança do mercado, mantendo a pauta econômica encontrada. Inventou um banqueiro para o Banco Central, inflou a Fazenda com a fina flor do neoliberalismo de porrete. Inchou a suprema corte com gente do outro lado. Não tocou em nada que colocasse sequer o alpendre da Casa Grande em risco.
Mesmo assim, por algumas políticas sociais, por uma diplomacia alguns graus mais ativa, por elevações reais de salário e outras iniciativas pontuais foi defenestrada por um golpe palaciano-parlamentar.
Não é possível ter ilusões sobre a possibilidade de fazer mudanças maiores, caso o PT volte ao governo em 2018. Teremos um país engessado pelo orçamento congelado, com menos direitos e um Estado ainda mais controlado pelas corporações privadas.
Por isso, é impensável agora uma manifestação aos brasileiros prometendo "manter contratos", como em 2002.
O programa para 2018 deve ter como centro a quebra dos contratos estabelecidos pelo golpe.
Contratos com o lado de cima, bem entendido.

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