Diário do Grande ABC
DIÁRIO – Há ações na área da Saúde?
DIÁRIO – O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), já soliticou mais recursos além dos R$ 20 milhões enviados para o Hospital de Clínicas. O Estado pretende ajudar mais?
ALCKMIN – Nós estamos fazendo um balanço dos investimentos, mas já é certo que daremos mais uma ajuda para a Prefeitura. Depois vou definir esse valor com o prefeito Luiz Marinho.
DIÁRIO – Ainda é viável a possibilidade de estadualizar o Nardini?
ALCKMIN – Sempre que puder ter gestão local, é melhor. O problema da crise da Saúde é o custeio, porque a tabela do SUS está muito baixa. O problema não é de prédio, é aguentar o custeio.
DIÁRIO – Seu futuro secretário estadual de Saúde, David Uip, se mostrou contrário ao programa Mais Médicos. O que o senhor acha?
ALCKMIN – O problema não é só médico. O conceito moderno é de equipe de saúde. Ninguém faz milagre sozinho.
DIÁRIO – Como está o processo para o início da construção da linha 18 do Metrô, que ligará a Capital ao Grande ABC?
ALCKMIN – Está tudo pronto para o lançamento do edital. Só estamos esperando a autorização do governo federal, já que tem recursos do PAC, para dar início. Até o dia 15 o edital está na rua. E em 90 dias podemos assinar o contrato. A tendência, no futuro, é ligar a linha 18 ao Jabaquara. E aí fechamos esse anel que passará por todo o ABC. Vamos fazer esses estudos. O principal desafio hoje do poder público é solucionar a questão da mobilidade urbana, que deve ser a retirada de caminhões das cidades para o Rodoanel.
DIÁRIO – Já há definição sobre a alça de acesso em Ribeirão Pires no Rodoanel Leste?
ALCKMIN – Ela não estava prevista na concessão. Mas a Artesp está estudando para viabilizar essa possibilidade. Vamos aguardar.
DIÁRIO – E o Expresso ABC?
ALCKMIN – O Expresso ABC integra o projeto trem intercidade, que ligará o Interior à Baixada Santista. A primeira fase é justamente o Expresso ABC, que começará no ano que vem e estará pronto em dois anos. Serão 25 quilômetros de linha, ao lado da Linha 10 da CPTM. Será um trem de média velocidade, com duas paradas. Já há empresas interessadas. Será o maior projeto do Brasil.
DIÁRIO – O senhor tem se colocado favorável à redução da maioridade penal. Por qual razão?
ALCKMIN – É um absurdo. Temos hoje uma lei da impunidade. Não tem sentido o jovem de 16 anos poder escolher o presidente da República, mas não ter deveres. Hoje a legislação não estabelece limites. No mínimo tem de mudar o ECA. E passar a internação de três para oito anos em casos graves. Falta vontade política. Não precisa nem mexer na Constituição. Sou favorável a isso.
DIÁRIO – São Bernardo perdeu o prazo para receber uma unidade do programa Creche Escola e agora está sofrendo ação do Ministério Público por abrir mão da creche. Ainda é possível contemplar o município?
ALCKMIN – O Estado sabe das dificuldades das prefeituras para ter recursos para construções de creches, para crianças de zero a 5 anos. Nós entregamos a creche pronta e mobiliada e a prefeitura assume. Tenho um bom relacionamento com Luiz Marinho e pretendo mantê-lo. Esse programa é para todo mundo. Não sei os motivos de São Bernardo não ter solicitado o convênio com o Estado. Mesmo tendo passado o prazo, se ele quiser, é possível aderir ao programa. Está autorizada a entrada de São Bernardo. Só precisa que o prefeito Luiz Marinho nos procure.
DIÁRIO – E o Poupatempo de Santo André? Qual a razão para a demora?
ALCKMIN – Depende exclusivamente da Prefeitura. O terreno precisa ser transferido para o Estado. Temos o projeto e temos os recursos. Transferido o terreno, em uma semana a obra do Poupatempo de Santo André estará licitada. Mas depende deles. Vamos aguardar até o limite do interesse público. Em Diadema, o município apresentou dois locais para a unidade, mas ainda não está definido. Em Mauá, o equipamento será na Rua Glauber Rocha. O importante é que passaremos de um Poupatempo no Grande ABC para quatro.
DIÁRIO – E quanto ao imbróglio da divida da Saned com a Sabesp? A melhor solução é mesmo assumir a autarquia?
ALCKMIN – O fato é que a Sabesp forneceu água e não recebeu o recurso devido. E como empresa de capital aberto, ela é obrigada a cobrar. Mas nós entendemos as dificuldades da Prefeitura de Diadema. Então nós orientamos a presidente Dilma Pena para entrar em entendimento com o município, para resolver essa questão de uma vez por todas. Mas sem estresse com a administração. Vamos buscar alternativa que atenda o interesse público. Mas é importante e deixar claro que a empresa tem regras jurídicas.
DIÁRIO – Quais as providências do Estado quanto à denuncia de cartel nas licitações do Metrô?
ALCKMIN – Há uma denúncia da Siemens que diz que houve cartel em algumas licitações desde 1998. Após a denúncia, nós afirmamos que o governo do Estado vai apurar tudo. Já encaminhamos à corregedoria-geral do Estado, que está chamando empresa por empresa. Uma apuração rigorosa. Também já entramos na Justiça, porque se comprovado o cartel, vamos exigir o ressarcimento centavo por centavo. Inclusive já há ré confessa, que é a própria Siemens. E se houver um agente público envolvido ele será totalmente responsabilizado. Nós somos os principais interessados na verdade e na transparência. Não queremos meia-verdade. E isso é uma alerta para o governo federal e para os demais Estados. Todas serão processadas, se confirmado o cartel.
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