Os seis escândalos que mancham a carreira política de Nicolas Sarkozy
Os investigadores analisam se Sarkozy usou inapropriadamente da sua influência para ajudar um juiz e, com isso, ter acesso a informações sobre suspeitas de financiamento irregular de sua a campanha.
O caso é apenas um dos processos judiciais em que o um dos homens mais poderosos da França está envolvido e pode afetar seu futuro político.
O ex-presidente também está sendo investigado por financiamento irregular de campanha, contratação de serviços sem licitação e influência em arbitragem litigiosa a favor de empresário francês.
Entenda os escândalos que mancham a carreira política de Sarkozy:
Caso Tapie
Em julho de 2008, o empresário Bernard Tapie recebeu uma indenização multimilionária do governo francês em uma decisão jurídica controversa.
No litígio entre Tapie e o banco Crédit sobre a venda da empresa Adidas, a Justiça decretou que o governo francês deveria pagar 430 milhões de euros (cerca de R$ 1,3 bilhões) para o empresário.Está em investigação se o empresário foi favorecido pelos juízes do caso, com aval do executivo.
Cinco pessoas foram acusadas de 'fraude em grupo organizada' pelo caso. O ex-presidente rejeitou as acusações contra ele. Tapie entrou na política na década de 1980, ao lado do socialista François Mitterrand, mas acabou apoiando a conservador Nicolas Sarkozy nas eleições de 2007.
Financiamento líbio
Outro caso que envolve Sarkozy é o suposto financiamento ilegal pelos líbios na campanha eleitoral vitoriosa de 2007, contra a socialista Ségolène Royal.
Poucos antes de sua morte, o ex-chefe de Estado da Líbia Muammar Kadafi admitiu ter financiado a campanha do ex-presidente.
A imprensa francesa publicou documentos oficiais que supostamente mostram que o ex-líder líbio autorizou pagamento de US$ 68 milhões (cerca de R$ 150 milhões) para essa finalidade. O caso está em investigação desde 2013. Sarkozy nega as acusações.
Pesquisas de opinião
Sarkozy também está ligado ao escândalo das "pesquisas de opinião do Palácio do Eliseu", em que a Justiça investiga a suposta irregularidade dos contratos com as empresas sem licitação pública, com suspeitas de favoritismo e de desvio de dinheiro público.
Documentos revelam que 9,4 milhões de euros (cerca de 28,5 milhões de reais) foram gastos em centenas de pesquisas de opinião realizadas durante a presidência de Sarkozy.
Boa parte delas foi feita sem licitação e beneficiou o escritório de consultoria política de um amigo do ex-presidente, o jornalista Patrick Buisson, ligado à extrema direita e que foi seu conselheiro durante a campanha presidencial de 2012.
Nesse caso, Sarkozy ainda continua coberto, na avaliação da Justiça, pela imunidade presidencial. Mas ele pode ser ligado ao caso se a Justiça determinar que as pesquisas tiverem sido feitas por motivos pessoais ou partidários, segundo advogados de uma associação anticorrupção que prestou queixa sobre o caso.
Bettencourt e financiamento de campanha
O ex-presidente foi investigado por ter recebido dinheiro da herdeira bilionária do grupo de cosméticos L'Oreal, Liliane Bettencourt, dona da segunda maior fortuna da França, para a campanha de 2007. Em outubro de 2013, a justiça concluiu que não existiam provas contra Sarkozy sobre o caso.
No mesmo mês, contudo, outro caso envolvendo financiamento de campanha foi aberto contra o ex-presidente.
Sarkozy é investigado por desvio de recursos públicos sobre o financiamento de um no sul do país no final de 2011. O comício não está descrito nos gastos de sua campanha. A Justiça investiga ainda se os gastos da campanha presidencial de 2012 ultrapassam o limite legal autorizado.
Campanha de ex-premiê
Outro processo de investigação envolvendo o nome de Sarkozy é o financiamento da campanha do ex-primeiro-ministro Edouard Balladur, em 1995.
Sarkozy era então ministro do Orçamento de Balladar e assinou uma série de contratos para a venda de armas para o Paquistão e Arábia Saudita. A Justiça investiga se esses contratos teriam sido usados para financiar a campanha presidencial de Balladur, que não chegou a passar para o segundo turno na campanha. O ex-presidente rejeitou a acusação.
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