Sistema domiciliar coleta água pluvial
Dugaich montou em sua casa um sistema de coleta de água pluvial, em outubro do ano passado e, desde então, a captação é utilizada exclusivamente para a lavagem de roupas, peças de cama e tapetes.
A ideia surgiu de um descontentamento do engenheiro com a qualidade da água que recebe. “Estava muito chateado com a água que chega para nós, que é muito ruim, amarelada”, conta.
A partir de então, comprou bombonas, uma caixa d’água de mil litros, válvulas, mangueira e conexões, que totalizaram R$ 463. Em uma semana, já estava tudo pronto. Passados dois meses e meio comprou uma bomba, no valor de R$ 155, para melhorar a operação.
Na residência, são 156 m² de telhado, dos quais são utilizados apenas 71 m² para a coleta. “O procedimento consiste em canalizar as águas pluviais por meio de tubos e calhas que as levam até um tanque de tratamento. A água já limpa, filtrada e clorada é bombeada para outro reservatório superior fechado, que fornece água só para a lavanderia da residência”, explica.
A água dos primeiros 10 minutos de chuva é descartada. “Com ela vem toda a sujeira do telhado”, fala.
Segundo ele, a coleta de chuvas muito fracas produzem de 200 à 800 litros de água. Chuvas leves, de dois dias de duração, acarretam em 1.200 à 1.800 litros. Já nas de longa duração, como a última ocorrida de 7 à 10 de julho, Dugaich coletou 3.200 litros. “Neste último caso, teremos água suficiente para até 13 lavagens de roupas.”
Em julho do ano passado, a conta de água da família foi registrada em R$ 116,24. Um ano depois, caiu para R$ 47,10. “ O próximo passo será canalizar as superfícies que faltam, aumentar os reservatórios e usar desta água também em tubulações separadas para descarga de banheiros.”
Sistema de reúso necessita de cuidados com a qualidade
Especialistas ressaltam que é preciso tomar cuidados na projeção de sistemas para a utilização de água de chuva para garantir a qualidade do recurso. “É necessário projetar um sistema de tratamento que deve incluir, pelo menos, um pré-filtro e uma desinfecção com cloro e, dependendo dos usos previstos, também de unidade de filtração”, explica o Diretor do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água da Universidade de São Paulo, Ivanildo Hespanhol.
O coordenador de Engenharia de Aplicação da Deca e responsável pelo Programa para Conservação da Água da empresa, Osvaldo Oliveira Junior, compartilha do argumento e dá uma alternativa que tem grande valia na redução do consumo de água. “A bacia sanitária é um ponto de consumo bastante importante na casa das pessoas. As anteriores à 2002 consomem de 9 a 12 litros por descarga, já as fabricados após esse período, 6 litros.
A troca é bem mais barata do que fazer um sistema de coleta de água de chuva e reduz significativamente o consumo da residência”. O custo varia de acordo com o modelo, com peças a partir de R$150.
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