Casal monta sistema de captação de água da chuva em Osasco
caixa de mil litros cada utilizadas na captação da água da chuva (Foto:
Valdir Albino/VC no G1)
Preocupado com uma possível crise de abastecimento,
um aposentado de Osasco, na Grande São Paulo, montou, com a ajuda da mulher, um
sistema de captação e armazenamento de água da chuva na própria residência.
Segundo o ex-analista de suporte em informática Valdir Albino, de 67 anos, o
objetivo foi evitar o desperdício de água. A filha dele, Danielle Albino,
entrou em contato por meio do VC no G1, o canal interativo do portal de notícias da
Globo, para sugerir esta reportagem.
O sistema consiste de duas caixas d’água, de cerca
de mil litros cada, instaladas no quintal da casa e que fazem a captação do
líquido, acopladas a um pequeno motor elétrico, que bombeia esta água para
outras duas caixas d’água e mais seis galões de 200 litros instalados no sótão,
utilizados para o armazenamento. O aposentado estima que gastou entre R$ 3,5
mil a R$ 4 mil para montar todo o sistema.
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“Mas o objetivo nem é o de economizar dinheiro; é o
de cooperar para evitar o desperdício de água, ainda com uma crise dessas pela
qual estamos passando”, enfatiza. A água captada é utilizada, principalmente,
no tanque, em quatro banheiros e em limpeza em geral.
A preocupação com a crise hídrica teve início em
março, com as primeiras notícias sobre a seca no Sistema Canteira, um dos
principais reservatórios que abastece a capital. “Comecei fazendo um gráfico
sistema (Cantareira), que estava em torno dos 20% de sua capacidade. O
apresentador do jornal disse então que na mesma época no passado estava em
torno dos 60%. Foi quando eu pensei: ‘Esse negócio vai zerar’. Foi quando
decidimos a montar este projeto de captação de água da chuva”, contou Valdir.
Sem entender nada de sistemas hidráulicos e de
construção civil, o casal de aposentados levou adiante o projeto. “Apenas a
laje onde estão as caixas d’água foi comprada pronta. Pagamos para os pedreiros
e eles encheram a laje. Todo o restante, fizemos sozinhos”, revela.
Coincidentemente, o sistema de captação ficou
pronto e começou a operar na mesma semana em que o Sistema Cantareira chegou a
seu nível 0% e teve início a utilização do chamado volume morto no
abastecimento de parte da capital paulista e de regiões da Grande São Paulo. “O
dia mais feliz foi quando encheu a primeira caixa abastecida pela chuva”,
festeja.
A falta de chuvas no período de inverno, no
entanto, não afasta de todo a preocupação do aposentado. “Todo dia saio e já
dou uma olhada para o céu para ver se vai chover.” O plano dele é instalar ao
menos mais uma caixa de mil litros para captação e outros seis galões para o
armazenamento. “É que estou achando que as caixas de mil litros são pouco”,
explica.
Medidas
O governo de São Paulo tenta alternativas para minimizar a perda de água no Sistema Cantareira. Desde 1° de abril, o governo do estado oferece um "bônus" para quem economizar água em 31 cidades da Região Metropolitana de São Paulo.
Medidas
O governo de São Paulo tenta alternativas para minimizar a perda de água no Sistema Cantareira. Desde 1° de abril, o governo do estado oferece um "bônus" para quem economizar água em 31 cidades da Região Metropolitana de São Paulo.
Os consumidores que reduzem em 20% o uso da água em
relação à média mensal têm desconto de 30% no valor da conta. O governador
Geraldo Alckmin (PSDB) disse na quarta-feira (9) não ver
"necessidade" na aplicação de multa a moradores que consumirem água
em excesso, conforme havia anunciado antes.
O governo tenta fazer com que outros sistemas que
abastecem a Grande São Paulo possam enviar água também a consumidores hoje abastecidos
pelo Sistema Cantareira. Isso influencia na quantidade de água disponível
também nos outros sistemas.
O Alto Tietê, por exemplo, também afetado pela
falta de chuvas, opera apenas com 23,9% de sua capacidade. E a Sabesp já admite
a possibilidade de também captar o volume morto das represas que integram esse
sistema.
Segundo Paulo Masato, diretor da Sabesp, a
companhia já está executando intervenções de aproveitamento de novos volumes no
sistema Cantareira e no Alto Tietê. "Nós temos mais reservas técnicas
disponíveis para serem aproveitadas", afirma.
A recomendação aos moradores destas regiões é para
que se evite o desperdício tomando banhos mais rápidos, fechando as torneiras e
registros ao se ensaboar no banho ou ao lavar a louça, e evitar o uso da
mangueira para a lavagem de carros, quintais ou grandes áreas.
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