quarta-feira, 29 de abril de 2015

Pernambuco será 1º Estado brasileiro a consumir energia solar em escala
PATRÍCIA BRITTO
DO RECIFE
FONTE FOLHA DE SÂO PAULO
Pernambuco será o primeiro Estado brasileiro a consumir energia solar em larga escala, com previsão para fornecimento a partir de novembro deste ano.
A italiana EGP (Enel Green Power) assinou na semana passada o primeiro contrato no país com o poder público para fornecimento comercial desse tipo de energia.
A usina solar da empresa tem custo estimado de US$ 18 milhões (R$ 54 milhões) e está em construção em Tacaratu (a 453 km do Recife), no sertão pernambucano.
A cidade foi escolhida por ter irradiação solar propícia e ser o local onde a empresa já mantém uma usina eólica em operação, o que reduz os custos, pois será usada a mesma linha de transmissão.
O parque solar da EGP terá potência instalada de 11 MW –que corresponde a 0,3% da atual capacidade de geração do Estado– e a energia produzida será comprada pelo governo para abastecer prédios públicos.
Quando estiver pronto, o empreendimento será capaz de gerar 17 GWh ao ano, o suficiente para abastecer 90 mil residências, cerca de 0,15% do consumo anual do Estado.
Segundo a empresa, o uso da nova fonte irá evitar a emissão na atmosfera de 5.000 toneladas de gás carbônico por ano.
O contrato faz parte de um pacote para fornecimento de 92 MW de energia solar que foi leiloado em dezembro de 2013 pelo governo pernambucano, ao preço médio de R$ 228,63 por megawatt-hora (MWh). Segundo o governo, o valor é equivalente ao da energia tradicional.
Os contratos com outras três empresas vencedoras do leilão deverão ser assinados ainda neste semestre, com início do fornecimento previsto para 2016.
O leilão de Pernambuco foi o primeiro no país dedicado exclusivamente à energia solar. Em outubro do ano passado, a União também realizou um leilão nacional, em que negociou 31 novos empreendimentos de energia solar, com capacidade total de 890 MW e início da entrega para outubro de 2017.
IRRISÓRIO
Apesar de o Brasil ter alta incidência de luminosidade solar, esse tipo de energia ainda é irrisório para a composição da matriz energética.
Há hoje no país 317 usinas de energia solar em operação, para produção independente e consumo próprio, que representam apenas 0,01% da matriz energética brasileira. A energia eólica, por exemplo, corresponde a 4,3%.
Para a economista Selma Akemi Kawana, da consultoria Excelência Energética, a energia solar ainda é cara se comparada a outras fontes, mas desde 2014 tem ocorrido uma maior procura dos investidores por esse setor.
"Está se tornando mais atrativo porque houve um aumento na eficiência dos equipamentos e uma baixa no custo de implantação. Além disso, quando os investidores associam a outras usinas, como a eólica, os custos são reduzidos", disse.
ENERGIA SOLAR
Confira em tópicos como funciona o sistema fotovoltaico:
1. Os painéis solares são formados por células fotovoltaicas, que transformam a luz do sol em partículas elétricas, que formam uma corrente contínua
2. A corrente contínua é conduzida por fios a um aparelho chamado de inversor, onde é transformada em corrente alternada
3. Em seguida, a energia passa por um transformador, onde a tensão de 12 volts é transformada em 110 volts ou 220 volts, própria para ser usada em aparelhos elétricos
4. A energia gerada pode ser armazenada em baterias, para consumo próximo ao local onde foi gerada, ou seguir para a rede de distribuição
  • Gustavo Nunes
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