sábado, 29 de outubro de 2011

O ERRO E O PERDÂO

O presidente Juscelino Kubitscheck dizia que costumava voltar atrás, pois não tinha compromisso com o erro. Esta frase diz tudo. Errar faz parte de nossa vida, e o aprendizado com os erros faz com que aumente a nossa experiência e nos tornemos capazes de não cometer pelo menos o mesmo erro novamente.
Existem escolas que dizem que o erro é fundamental, apesar de nos trazer dissabores. Quando você erra, você se questiona, e este questionamento pode gerar uma mudança, crescimento  e satisfação. Por outro lado tem muita gente que acha que não erra simplesmente porque não faz nada. Estes passam a vida comentando e criticando os erros dos outros e nunca assumem nada. A responsabilidade é sempre do governo, do funcionário de outro setor, do vizinho, enfim, do outro. Estes nunca se corrigem, pois acham que não erram, e mesmo quando percebem não assumem seus erros.
Alguns ainda dizem que erraram por culpa do outro. Por outro lado, também é importante saber perdoar os erros dos outros, além dos nossos. Isto mesmo. Perdoar a si próprio. Existem estatísticas que indicam que grande parte das doenças são de origem emocional, e destas, a grande maioria é pela falta de perdoar. Quando achamos que alguém nos ofendeu e não conseguimos perdoar, isto fica remoendo o nosso consciente e causando distúrbios no nosso metabolismo, tais como ansiedade, depressão, insônia, hipertensão e muitos outros.
Isto vale para todos os relacionamentos, sejam profissionais ou dentro de nossa casa, e variam de acordo com o que a pessoa representa para você. Por exemplo, se um bêbado lhe diz um monte de besteiras na rua, você não liga, pois nem sabe quem é o infeliz e logo esquece o acontecido. Se acontecer o mesmo com alguém muito conhecido ou mesmo querido, a situação muda completamente, e você se magoa.
Por outro lado, é aí que mais precisamos perdoar. Provavelmente, esta mesma pessoa que o magoou também já lhe deu muitas alegrias, e entender um erro e perdoar é importante para bem viver. O médico e acupunturista  Alexandre Massao Yoshizumi, da Universidade de São Paulo, diz que, quando não há o perdão, os sentimentos e pensamentos costumam ser repetitivos sobre o assunto, e isto gera uma estagnação da energia, um tipo de curto-circuito emocional, que nos impede de ir adiante.
Quando ocorre o verdadeiro perdão, a pessoa permite que a energia flua dentro dela, desintoxicando os órgãos atacados. Por exemplo, o fígado é atacado pelos sentimentos fortes de raiva, mágoa e frustração; e, livrando-se deles, a doença pode desaparecer. Não devemos nos envergonhar de corrigir nossos erros, mudar de opinião e perdoar. Isto nos fará mais felizes e saudáveis.
* Célio Pezza, escritor, é autor de diversos livros, entre eles 'As sete portas'  e, o mais recente, 'A palavra perdida'. www.celiopezza.com
Tags: Artigo, desculpas, erro, juscelino kubitscheck, sociedade aberta
Publicidade

Nenhum comentário:

Postar um comentário