No arsenal do governo, energia mais barata e desoneração
BRASÍLIA - Com o objetivo de estimular o crescimento sustentado da economia - sem inflação - e reduzir custos para empresas e consumidores, o governo anuncia nesta terça-feira um pacote de redução das tarifas de energia elétrica e divulgará até o fim da semana o decreto que regulamenta o cadastro de bons pagadores (na expectativa de derrubar os juros ao consumidor) e uma lista com os novos setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamento. Entre estes estão ônibus e táxis, com seus respectivos serviços de manutenção, e companhias aéreas. A redução das tarifas de energia e a desoneração da folha valerá a partir de 2013.
A intenção do Executivo é abrir espaço para que as empresas privadas em geral, e a indústria em particular, acelerem os investimentos, como voltará a cobrar a presidente Dilma Rousseff dos empresários no encontro de hoje no Palácio do Planalto, sem que os custos contaminem seus retornos. Foram convidados para o evento pesos-pesados do setor produtivo, centrais sindicais e associações de donas de casa e consumidores de todo o país.
Para reduzir o custo da energia, o governo prorrogará as concessões que venceriam em 2015, por meio de medida provisória (MP), mas exigirá das empresas uma redução média nas tarifas de 16,2% para consumidores residenciais e de até 28% para a indústria. Serão mais beneficiadas as indústrias intensivas em energia.
Parte dos novos setores que serão beneficiados pela desoneração da folha já estava na MP 563, do Plano Brasil Maior, prestes a ser sancionada. Já o setor de serviços, como se mantinha aquecido, ficara fora dos oito pacotes de estímulo anunciados pela presidente. Na equipe econômica, o setor sempre foi considerado uma opção no caso de agravamento da crise.
- Estarão contemplados todos os segmentos que solicitaram - disse um integrante do governo.
Na proposta orçamentária para 2013, foram reservados R$ 15 bilhões para as novas desonerações do setor produtivo. Até agora, 15 segmentos foram beneficiados com a desoneração da folha.
Cai projeção do Focus para o PIB
O novo pacote é mais uma tentativa de reavivar a economia do país. Mas, ao se considerar as projeções de analistas, isso não será fácil. Pela sexta semana consecutiva, o mercado reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos) deste ano: do 1,9% de meados de julho, agora está em 1,62%. Para 2013, o ano que vem, a projeção se manteve em 4%.
Analistas ouvidos pela pesquisa Focus do Banco Central ainda revisaram para cima, pela nova vez consecutiva, a projeção para a inflação medida pelo IPCA no ano, de 5,20% para 5,24%. Para 2013, a projeção atingiu 5,54%.
Também há pessimismo com relação à produção industrial. Projeta-se queda de 1,89% no ano. Para Felipe Queiroz, analista da Austin Rating, os dados do Focus indicam que a economia não reagiu aos pacotes do governo. Ele projeta crescimento de 1,7% do PIB.
Siga o Yahoo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário