O "lixo" do ADN afinal serve para diagnosticar e prevenir doenças
O novo mapa do genoma humano é apresentada como o princípio de uma nova revolução das investigações.
Alexandre Costa (www.expresso.pt) 19:15 Quinta feira, 6 de setembro de 2012 |
15 3
Até aqui as investigações centravam-se em apenas 2% do genoma humano, pois pensava-se que os restantes seriam camadas irrelevantes, designadas como "ADN lixo", mas novos dados mostram que a maioria dos restantes 98% é também potencialmente preciosa para o desenvolvimento de diagnósticos e tratamentos de inúmeras doenças.
A sua importância - conclusão de investigações que envolveram 400 cientistas de 32 laboratórios de diversos países - está relacionada com a descoberta que, ao contrário do que se pensava, o chaamado "lixo" tem também funções específicas, controlando o modo como e onde as proteínas são produzidas.
Os estudos foram ontem divulgados como um novo passo revolucionário no âmbito do projeto ENCODE - A Enciclopédia dos Elementos do ADN - que foi lançado em 2003 para identificar todos os elementos funcionais do genoma humano.
Os pormenores do novo mapa do genoma humano são apresentados em 30 artigos publicados nas revistas Nature, Genome Biology e Genome Research e estão também disponíveis no site do projeto ENCODE.
Quatro milhões de 'interruptores'
No total foram analisados três biliões de grupos do código genético que formam o nosso ADN.
Descobriu-se que 80% do genoma humano tem funções específicas, nomeadamente foram identificados quatro milhões de "interruptores" que ligam e desligam as células, determinando o desenvolvimento dos órgãos.
Novos dados que se espera que levem à melhor compreensão de factores de risco e tratamento de inúmeras doenças, entre as quais diabetes, problemas cardíacos e doenças mentais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário