A corrupção no Brasil começou no século 16
MAIS DE CINCO SÉCULOS DO VÍRUS
INDESTRUTÍVEL DA CORRUPÇÃO
Um pouco de história. A corrupção
no Brasil começou no século 16, quando funcionários públicos faziam
vista grossa no comércio ilegal de produtos brasileiros, como
pau-brasil, tabaco, ouro e diamante. Continuou durante o período
escravagista e prosseguiu até 1850, quando o comércio de escravos foi
proibido, mas as autoridades brasileiras, à base de propina, faziam de
conta que não viam nada errado. Até o ministro da Justiça, usava
escravos em suas propriedades. E a corrupção cresceu até 1888, quando da
abolição. Não havia interesse em combater o tráfico, porque, afinal,
todos lucravam. Menos os negros escravos, é claro. Com Independência, em
1822 e a instauração do Brasil República, outras formas de corrupção,
como a eleitoral e a de concessão “negociada” de obras públicas, surgem
no cenário nacional. O Visconde de Mauá sabia como utilizar esquemas
ilegais para enriquecer. Outros empresários sabiam que, “molhando” a mão
de autoridades, teriam grandes lucros. O fim do tráfico negreiro
deslocou, na República, o interesse dos grupos oligárquicos para
projetos de grande porte, que permitiriam manter a estrutura de ganho
fácil.
Com
a República, proclamada em 1889, veio o voto de “cabresto”, durante
décadas se tornou a famosa maneira brasileira de corrupção política. A
forma mais pitoresca relatada no período foi o voto pelo par de sapatos.
No dia da eleição, o votante ganhava um pé do sapato. Só após a
apuração das urnas o coronel entregava o outro pé. Veio então o golpe de
Getúlio Vargas, que perdeu a eleição no voto e começou uma revolução
para tomar o poder, apoiado pela ganância das oligarquias. De lá para
cá, já se sabe como a corrupção se arraigou na política e na vida
brasileira. Não se tem cura para a doença, mas ao menos a história
registra desde quando esse vírus indestrutível tomou conta do nosso
país. São mais de cinco séculos de sacanagem. Durará até quando?
GENTE ESPECIAL
O
Supremo Tribunal Federal decidiu, através de uma tal de súmula
vinculante, que há brasileiros brasileiros. se algum ou outro envolvido em
maracutaias, achaque aos cofres públicos, roubalheira de dinheiro que é
do povo, não pode jamais ser algemado, mesmo que contra eles tenham
recaído dezenas de acusações. Políticos conhecidos, todos, estão num
patamar diferenciado. Não podem aparecer na mídia algemados. De jeito
nenhum.
OUTRO POVO
O Supremo,
contudo, separou bem as coisas. O Zé das Couves não é cidadão brasileiro
igual às excelentíssimas autoridades que vivem vampirizando as verbas
dos Municípios, dos Estados, da União. O Zé das Couves, que não tem
voto, que roubou também, esse pode ser algemado, pode aparecer em fotos e
imagens, porque é ninguém.
COISA DE BRASILEIRO
Fica
claro, então, para os nobres ministros do STF, que a lei é para todos,
mas alguns são diferentes dos outros. Dependendo do nível do preso, ele
não pode ser algemado, porque é uma violência contra seus direitos. Nos
Estados Unidos, ladrão é ladrão, seja qual for sua posição social, seu
cargo. Lá sim a democracia é plena. Algemas são o sintoma da igualdade,
porque diferenciar criminoso é, mesmo, coisa de brasileiro. E do
Terceiro Mundo.
É OUTRO MUNDO!
Tem
coisas que se precisa aprender com países onde não há tanta demagogia,
as leis, justas, servem para todos e o exemplo vem de dentro de casa. Na
Inglaterra, os pais de uma jovem que participou dos atos de vandalismo
dias atrás, chamaram a polícia e contaram que a garota estava envolvida
nos crimes. Ela pagará pelos prejuízos que causou. E a mãe diz que ama
sua filha, mas lembrou: “ela foi criada para saber o que é certo e o que
é errado”. Precisa dizer mais?
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