O
QUE O DESMATAMENTO TEM A VER COM A SUA TORNEIRA ! Amazônia.? Esse é o
nome da maior floresta tropical do mundo. Ocupa 5% solo do planeta e
mais da metade dela (65%) está dentro de nosso país.
De todos os seus tesouros, dois chamam muito a atenção em tempos de
racionamento de água muitas cidades do Sudeste: essa floresta possui
cerca de 25 mil rios e estoca aproximadamente 12% de toda a água
possível de consumo da terra. E é responsável, em boa parte, pela água
que sai da sua torneira.
Isso porque mais de 70% das chuvas que caem em São Paulo no período
em que os reservatórios do Estado são abastecidos vêm da Amazônia. As
árvores transportam a água do solo até a atmosfera, num ritual de tirar
água do depósito abaixo do chão e transpirá-la para virar nuvem. Quanto
maior o desmatamento, menor o número de árvores que desempenham esta
função. Assim, a água do solo não vai para a atmosfera, e a água da
chuva não é retida pelas árvores no solo, escorrendo sem barreiras para
os rios e oceanos. Por isso que o desmatamento da floresta afeta nossa
vida aqui nas grandes cidades do País– e vai afetar cada vez mais.
Reportagem do Fantástico tratou disso no último domingo.
É graças aos serviços que a floresta nos presta que temos a
abundância de água também para ativar os geradores das usinas
hidrelétricas, responsáveis por 85% da energia que ilumina a casa dos
brasileiros. A Amazônia está presente no nosso dia a dia, da luz que se
acende na periferia ao PIB agrícola do sudeste. Os serviços da floresta
ajudam a todos, de forma democrática e gratuita. Mas estamos longe de
retribuir.
Diariamente dizimamos a floresta de forma descontrolada e
desnecessária. Ano passado derrubamos mais de 5.800km2, área equivalente
à quatro vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro, ou mais que um
campo de futebol por minuto. No total já se foram mais de 750.000km2 de
floresta, área equivalente a Portugal, Itália e Alemanha juntos.
Não desmatamos para produzir alimentos, pois já temos áreas abertas
no país em quantidade suficiente para dobrar nossa produção de alimentos
sem precisar derrubar mais nenhum hectare de floresta.
Não sabemos se a mudança no padrão do clima e das chuvas vão dizimar
a vida da terra. Mas vão torná-la mais difícil. A prolongada escassez
que estamos enfrentando no estado de São Paulo é um prenúncio disso. E
cabe a nós mudarmos essa história. Precisamos mostrar que não estamos de
acordo com o absurdo que está acontecendo nas nossas florestas.
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