.(Fonte das Informações desta página : Site do
BANCO CENTRAL DO BRASIL (Museu de Valores do Banco Central) -> http://www.bcb.gov.br
No início não havia moeda.
Praticava-se o escambo, simples troca de mercadoria por
mercadoria, sem equivalência de valor.
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Assim, quem pescasse mais
peixe do que o necessário para si e seu grupo trocava este
excesso com o de outra pessoa que, por exemplo, tivesse
plantado e colhido mais milho do que fosse precisar. Esta
elementar forma de comércio foi dominante no início da
civilização, podendo ser encontrada, ainda hoje, entre povos
de economia primitiva, em regiões onde, pelo difícil acesso,
há escassez de meio circulante, e até em situações
especiais, em que as pessoas envolvidas efetuam permuta de
objetos sem a preocupação de sua equivalência de valor.
Este é o caso, por exemplo, da criança que troca com o
colega um brinquedo caro por outro de menor valor, que deseja
muito.
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As mercadorias utilizadas
para escambo geralmente se apresentam em estado natural,
variando conforme as condições de meio ambiente e as
atividades desenvolvidas pelo grupo, correspondendo a
necessidades fundamentais de seus membros. Nesta forma de
troca, no entanto, ocorrem dificuldades, por não haver uma
medida comum de valor entre os elementos a serem permutados.
Moeda-Mercadoria
Algumas mercadorias, pela
sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras.
Aceitas por todos, assumiram
a função de moeda, circulando como elemento trocado por
outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as
moedas–mercadorias.
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O gado, principalmente o
bovino, foi dos mais utilizados; apresentava vantagens de
locomoção própria, reprodução e prestação de serviços,
embora ocorresse o risco de doenças e da morte.
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O sal foi outra
moeda–mercadoria; de difícil obtenção, principalmente no
interior dos continentes, era muito utilizado na conservação
de alimentos. Ambas deixaram marca de sua função como
instrumento de troca em nosso vocabulário, pois, até hoje,
empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio
(dinheiro acumulado) derivadas da palavra latina pecus
(gado). A palavra capital (patrimônio) vem do latim capita
(cabeça). Da mesma forma, a palavra salário (remuneração,
normalmente em dinheiro, devida pelo empregador em face do
serviço do empregado) tem como origem a utilização do sal,
em Roma, para o pagamento de serviços prestados.
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No Brasil, entre outras,
circularam o cauri – trazido pelo escravo africano
–, o pau-brasil, o açúcar, o cacau, o tabaco e o pano,
trocado no Maranhão, no século XVII, devido à quase inexistência
de numerário, sendo comercializado sob a forma de novelos,
meadas e tecidos.
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Com o passar do tempo, as
mercadorias se tornaram inconvenientes às transações
comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não
serem fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, não
permitindo o acúmulo de riquezas.
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Metal
Quando o homem descobriu o
metal, logo passou a utilizá-lo para fabricar seus utensílios
e armas anteriormente feitos de pedra.
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Por apresentar vantagens
como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade,
raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal se elegeu
como principal padrão de valor. Era trocado sob as formas
mais diversas. A princípio, em seu estado natural, depois sob
a forma de barras e, ainda, sob a forma de objetos, como anéis,
braceletes etc.
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O metal comercializado dessa
forma exigia aferição de peso e avaliação de seu grau de
pureza a cada troca. Mais tarde, ganhou forma definida e peso
determinado, recebendo marca indicativa de valor, que também
apontava o responsável pela sua emissão. Essa medida
agilizou as transações, dispensando a pesagem e permitindo a
imediata identificação da quantidade de metal oferecida para
troca.
Moeda em Formato de
Objetos
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Os utensílios de metal
passaram a ser mercadorias muito apreciadas.
Como sua produção exigia,
além do domínio das técnicas de fundição, o conhecimento
dos locais onde o metal poderia ser encontrado, essa tarefa,
naturalmente, não estava ao alcance de todos.
A valorização, cada vez
maior, destes instrumentos levou à sua utilização como
moeda e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em
pequenas dimensões, que circulavam como dinheiro.
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É o caso das moedas faca
e chave que eram encontradas no Oriente e do talento,
moeda de cobre ou bronze, com o formato de pele de animal, que
circulou na Grécia e em Chipre.
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Moedas Antigas
Surgem, então, no século
VII a.C., as primeiras moedas com características das atuais:
são pequenas peças de metal com peso e valor definidos e com
a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem as
emitiu e garante o seu valor.
São cunhadas na Grécia
moedas de prata e, na Lídia, são utilizados pequenos
lingotes ovais de uma liga de ouro e prata chamada eletro.
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As moedas refletem a
mentalidade de um povo e de sua época. Nelas podem ser
observados aspectos políticos, econômicos, tecnológicos e
culturais. É pelas impressões encontradas nas moedas que
conhecemos, hoje, a efígie de personalidades que viveram há
muitos séculos. Provavelmente, a primeira figura histórica a
ter sua efígie registrada numa moeda foi Alexandre, o Grande,
da Macedônia, por volta do ano 330 a.C.
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A princípio, as peças eram
fabricadas por processos manuais muito rudimentares e tinham
seus bordos irregulares, não sendo, como hoje, peças
absolutamente iguais umas às outras.
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Ouro, Prata e Cobre
Os primeiros metais
utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata. O
emprego destes metais se impôs, não só pela sua raridade,
beleza, imunidade à corrosão e valor econômico, mas também
por antigos costumes religiosos. Nos primórdios da civilização,
os sacerdotes da Babilônia, estudiosos de astronomia,
ensinavam ao povo a existência de estreita ligação entre o
ouro e o Sol, a prata e a Lua. Isto levou à crença no poder
mágico destes metais e no dos objetos com eles
confeccionados.
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A cunhagem de moedas em ouro
e prata se manteve durante muitos séculos, sendo as peças
garantidas por seu valor intrínseco, isto é, pelo valor
comercial do metal utilizado na sua confecção. Assim, uma
moeda na qual haviam sido utilizados vinte gramas de ouro, era
trocada por mercadorias neste mesmo valor.
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Durante muitos séculos os
países cunharam em ouro suas moedas de maior valor,
reservando a prata e o cobre para os valores menores. Estes
sistemas se mantiveram até o final do século passado, quando
o cuproníquel e, posteriormente, outras ligas metálicas
passaram a ser muito empregados, passando a moeda a circular
pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua
face, que independe do metal nela contido.
Com o advento do papel-moeda
a cunhagem de moedas metálicas ficou restrita a valores
inferiores, necessários para troco. Dentro desta nova função,
a durabilidade passou a ser a qualidade mais necessária à
moeda. Surgem, em grande diversidade, as ligas modernas,
produzidas para suportar a alta rotatividade do numerário de
troco.
Moeda de Papel
Na Idade Média, surgiu o
costume de se guardarem os valores com um ourives, pessoa que
negociava objetos de ouro e prata. Este, como garantia,
entregava um recibo. Com o tempo, esses recibos passaram a ser
utilizados para efetuar pagamentos, circulando de mão em mão
e dando origem à moeda de papel.
No Brasil, os primeiros
bilhetes de banco, precursores das cédulas atuais, foram lançados
pelo Banco do Brasil, em 1810. Tinham seu valor preenchido à
mão, tal como, hoje, fazemos com os cheques.
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Com o tempo, da mesma forma
ocorrida com as moedas, os governos passaram a conduzir a
emissão de cédulas, controlando as falsificações e
garantindo o poder de pagamento.
Atualmente quase todos os países
possuem seus bancos centrais, encarregados das emissões de cédulas
e moedas.
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A moeda de papel evoluiu
quanto à técnica utilizada na sua impressão. Hoje a confecção
de cédulas utiliza papel especialmente preparado e diversos
processos de impressão que se complementam, dando ao produto
final grande margem de segurança e condições de
durabilidade.
Formatos Diversos
O dinheiro variou muito, em
seu aspecto físico, ao longo dos séculos.
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Embora, hoje, a forma
circular seja adotada em quase todo o mundo, já existiram
moedas ovais, quadradas, poligonais etc. Foram, também,
cunhadas em materiais não metálicos diversos, como madeira,
couro e até porcelana. Moedas de porcelana circularam, neste
século, na Alemanha, quando, por causa da guerra, este país
enfrentava grave crise econômica.
As cédulas, geralmente, se
apresentam no formato retangular e no sentido horizontal,
observando-se, no entanto, grande variedade de tamanhos.
Existem, ainda, cédulas quadradas e até as que têm suas
inscrições no sentido vertical.
As cédulas retratam a
cultura do país emissor e nelas podem-se observar motivos
característicos muito interessantes como paisagens, tipos
humanos, fauna e flora, monumentos de arquitetura antiga e
contemporânea, líderes políticos, cenas históricas etc.
As cédulas apresentam,
ainda, inscrições, geralmente na língua oficial do país,
embora em muitas delas se encontre, também, as mesmas inscrições
em outros idiomas. Essas inscrições, quase sempre em inglês,
visam a dar à peça leitura para maior número de pessoas.
Sistema Monetário
O conjunto de cédulas e
moedas utilizadas por um país forma o seu sistema monetário.
Este sistema, regulado através de legislação própria, é
organizado a partir de um valor que lhe serve de base e que é
sua unidade monetária.
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Atualmente, quase todos os
países utilizam o sistema monetário de base centesimal, no
qual a moeda divisionária da unidade representa um centésimo
de seu valor.
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Normalmente os valores mais
altos são expressos em cédulas e os valores menores em
moedas. Atualmente a tendência mundial é no sentido de se
suprirem as despesas diárias com moedas. As ligas metálicas
modernas proporcionam às moedas durabilidade muito superior
à das cédulas, tornando-as mais apropriadas à intensa
rotatividade do dinheiro de troco.
Os países, através de seus
bancos centrais, controlam e garantem as emissões de
dinheiro. O conjunto de moedas e cédulas em circulação,
chamado meio circulante, é constantemente renovado através
de processo de saneamento, que consiste na substituição das
cédulas gastas e rasgadas.
Cheque
Com a supressão da
conversibilidade das cédulas e moedas em metal precioso, o
dinheiro cada vez mais se desmaterializa, assumindo formas
abstratas.
Uma destas formas é o
cheque, que, pela simplicidade de seu uso e pela segurança
que oferece, está sendo, progressivamente, adotado por número
sempre maior de pessoas nas atividades de seu dia-a-dia.
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Esse documento, pelo qual se
ordena o pagamento de certa quantia ao seu portador ou à
pessoa nele citada, visa, primordialmente, à movimentação
dos depósitos bancários.
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O importante papel que esse
meio de pagamento ocupa, hoje, na economia, deve-se às inúmeras
vantagens que proporciona, agilizando a movimentação de
grandes somas, impedindo o entesouramento do dinheiro em espécie
e diminuindo a necessidade de troco, por ser um papel
preenchido à mão, com a quantia de que se quer dispor.
O dinheiro, seja em que
forma se apresente, não vale por si, mas pelas mercadorias e
serviços que pode comprar. É uma espécie de título que dá
a seu portador a faculdade de se considerar credor da
sociedade e de usufruir, através do poder de compra, de todas
as conquistas do homem moderno.
A moeda não foi, pois,
genialmente inventada, mas surgiu de uma necessidade e sua
evolução reflete, a cada momento, a vontade do homem de
adequar seu instrumento monetário à realidade de sua
economia.
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foi uma grande evolução até chegar ao dia hoje
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