Do Diário do Grande ABC
Segundo a Prefeitura, na região do Riacho Grande 657,5 mil pessoas, em média, utilizam o transporte público municipal por mês. Oito linhas, num total de 38 veículos, circulam pelo bairro. Ou seja, cada coletivo transporta média de 576 pessoas diariamente em diversas viagens. A equipe do Diário percorreu na linha 6 e levou cerca de 40 minutos para chegar ao Centro.
De acordo com a administração municipal, no pós balsa, 80 mil usuários trafegam pelos coletivos municipais mensalmente. A área é atendida por apenas uma linha, com seis veículos que levam cerca de 2.600 pessoas por dia cada.
Lotação e longo tempo de espera também são as reclamações dos moradores do Jardim Represa, na região do Batistini. “O transporte aqui é horrível. Têm poucos ônibus e eles estão sempre lotados. Além disso, só passa mircro-ônibus, raramente passa algum veículo grande”, relatou a operadora de caixa Mara de Souza, 26.
No bairro Baraldi, os moradores precisam contar com a ajuda dos vizinhos. “Se precisar de algo urgente, temos de recorrer aos amigos e pedir carona para quem tem carro. Se depender do ônibus, morremos aqui. Chegamos a esperar duas horas pelo transporte, que deveria passar de hora em hora”, reclamou o eletricista Ludergenio Balbino Anatorio, 34 anos.
A SBC Trans, empresa que opera o sistema de ônibus municipal, já recebeu aproximadamente R$ 20 milhões da Prefeitura neste ano. O valor é correspondente à média mensal de 800 mil usuários que são isentos do pagamento da tarifa, conforme a legislação municipal.
Sobre as reclamações dos usuários, a concessionária somente informou que “os serviços prestados, além de eficientes e seguirem os mais elevados padrões de qualidade do mercado, têm como objetivo o constante aperfeiçoamento e a melhoria do transporte público.”
Prefeitura prevê melhorias no sistema
A Prefeitura de São Bernardo promete melhorias ao transporte público municipal. Uma das medidas será aumentar o número de veículos em circulação em algumas áreas da cidade. No entanto, o Executivo alega que o aprimoramento do sistema não se resume a ampliar a quantidade de ônibus, pois considera que, na maioria das vezes, o problema não é fruto de falta de coletivos.
Segundo o Executivo, os congestionamentos constantes na cidade condicionam o desempenho das linhas, já que os ônibus são alocados conforme as demandas de cada região.
O plano diretor de São Bernardo, promulgado em dezembro de 2011, estabeleceu como política municipal de mobilidade urbana a priorização da circulação do transporte coletivo e do modo a pé sobre o transporte individual motorizado na ordenação do sistema viário.
O município tem o seu PDTU (Plano Diretor de Transporte Urbano), que trata dos modos de transporte urbano (pessoas e cargas). Nele, a prioridade de circulação é total ao transporte coletivo. Um dos componentes desse plano é a implantação dos corredores de transporte coletivo, que, segundo a Prefeitura, dará maior velocidade aos ônibus, redução do tempo de viagem, regularidade nos horários e conforto. Estão previstos 12 faixas exclusivas para coletivos na cidade.
Outro componente do plano é a implementação do Metrô em São Bernardo. A Linha 18-Bronze, que está prevista para iniciar obras em 2014 e ser entregue em meados de 2016 pelo governo estadual, teve projeto funcional arcado pela Prefeitura. O trecho, que ligará a Capital ao Grande ABC por meio de sistema monotrilho, passando por Santo André e São Caetano, deverá transportar cerca 314 mil passageiros por dia.
O Executivo considera que esses novos equipamentos de Mobilidade Urbana formam contexto estrutural e de médio prazo voltados ao transporte coletivo na cidade.
A curto prazo, a Prefeitura promete algumas medidas operacionais, como faixas preferenciais em determinados horários, ajustes semafóricos com prioridade à circulação dos ônibus, sinalização específica para o ordenamento da circulação dos coletivos e regular monitoramento e fiscalização das linhas.
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