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Miguel Coelho (esq) preside a Comissão Especial que iniciou vistorias a obras do PAC |
Dois dos cinco representantes da Comissão Especial de deputados responsável por vistoriar as intervenções do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado visitaram, na manhã desta sexta-feira (29), as obras da transposição do Rio São Francisco. Rodrigo Novaes (PSD) e Miguel Coelho (PSB) estiveram nos municípios de Ibimirim, Petrolândia e Floresta para acompanhar o andamento dos trabalhos no Eixo Leste, que abastecerá parte do Sertão e as regiões do Agreste de Pernambuco e da Paraíba, com 220 km aproximadamente. O socialista, que preside o grupo, se disse satisfeito com o que viu na primeira visita oficial da comissão.
Miguel e Rodrigo, ambos da base do governador Paulo Câmara (PSB), foram recebidos pelos coordenadores da obra e puderam ver de perto andamento do projeto que, quando pronto em todas as suas etapas, deverá levar água a mais de 390 municípios do Nordeste Setentrional. "As obras estão em pleno funcionamento. Pudemos ver que a Meta L1, que retira água do reservatório de Itaparica para o de Areias, em Floresta, está pronto e os testes indicaram que tudo está funcionando perfeitamente. Ela só não está operando por que o nível de Itaparica está baixo e faltam detalhes dos outros trechos", explicou Miguel Coelho.
O coordenador do Eixo Leste, Marcílio Lira de Araújo, apresentou um balanço da obra, destacando que nenhum lote está paralisado. "Os trechos que haviam sido interrompidos, no período crítico entre o final de 2011 e 2012, foram recontratados em 2013", assegurou. De acordo com o representante do Ministério da Integração Nacional, 72% das obras estão concluídas no Eixo Leste e 74,5% no total. O cronograma oficial, segundo Araújo, prevê a conclusão do projeto no segundo semestre de 2016.
A meta L1 compreende a captação no reservatório de Itaparica até o reservatório de Areias, ambos em Floresta. É uma meta piloto para testes do sistema de operação. A Meta L1 apresenta 93,3% de conclusão. O Eixo Leste possui ainda as metas L2 e L3. A L2 se inicia na saída do reservatório de Areias, em Floresta, e segue até o reservatório de Barro Branco, em Custódia. A Meta L2 apresenta 76,4% de execução. As obras passam pelos municípios de Floresta, Custódia (PE) e Betânia. Já a meta L3 está situada entre o reservatório de Barro Branco, em Custódia, e o reservatório de Poções, em Monteiro (PB). A Meta L3 apresenta 37,7% de execução. As obras passam pelos municípios de Custódia, Sertânia e Monteiro (PB). As informações sobre andamento das obras são do Ministério da Integração Nacional.
Miguel Coelho também falou sobre a promessa de conclusão da obra dentro do último prazo estipulado pelo governo federal. "Pelo que vimos e pelo que nos foi passado aqui, a obra deverá ser mesmo concluída no segundo semestre do ano que vem. Ano passado foram liberados R$ 1,3 bilhão e, este ano, dos R$ 1,6 bi previstos, R$ 550 milhões já foram disponibilizados. Hoje temos 9,5 mil funcionários trabalhando aqui e, com tudo isso, acreditamos que o prazo será realmente cumprido", finalizou. Sobre a ausência dos dois deputados da oposição que compõem o grupo, Sílvio Costa Filho (PTB) e Teresa Leitão (PT), o socialista foi taxativo, mas negou qualquer tipo de problema na comissão. "Eles haviam confirmado, mas não vieram. Não sei o porquê".
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Miguel e Rodrigo Novaes (azul) puderam ver de perto andamento do Eixo Leste em Floresta, Ibimirim e Petrolândia |
O deputado e líder da oposição, Silvio Costa Filho, encontra-se nos Estados Unidos em viagem particular e só deverá retornar na próxima semana. Já a deputada Teresa Leitão (PT) informou que não pode comparecer em razão de uma consulta médica marcada há tempos para tratar um problema de coluna. Apesar da ausência, a petista negou que haja problemas de relacionamento dentro da comissão. "A gente sabe que Aluísio Lessa (também integrante da comissão) tenta levar as coisas para o campo político. Para ele, todos os problemas são culpa de Dilma. É um caminho que ele adotou e leva isso para qualquer tema. Mas isso fica no embate político. Nós estamos realizando um trabalho muito bom, com tranquilidade. Tivemos uma reunião com o pessoal do governo do estado, que mostrou um retrato desse panorama, o que é responsabilidade da União, o que é responsabilidade do estado. Então, acredito que vamos conseguir cumprir o nosso papel", asseverou.
Na próxima terça-feira, uma nova reunião da comissão está marcada com a presença de várias secretarias do governo do estado. "Nesse encontro poderemos ter uma posição melhor de como está o Minha Casa, Minha Vida, as obras hídricas, entre várias outras. A partir de então, iremos organizar o cronograma para continuarmos a visitar as mais importantes, como a Transnordestina e as Adutoras do Agreste e do Pajeú", encerrou Miguel. Segundo o Ministério da Integração Nacional, a obra de transposição do Rio São Francisco está orçada em R$ 8,2 bilhões. O projeto prevê recursos de quase R$ 1 bilhão (quase 12% do total) para programas básicos ambientais, em conformidade com as condicionantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A obra beneficiará uma população estimada de 12 milhões de habitantes, em 390 municípios nos Estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. O Projeto de Integração do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica do país e figura entre as 50 maiores construções de infraestrutura em execução no mundo. Ao todo, o empreendimento tem extensão de 477 km, organizados em dois Eixos de transferência de água - Norte e Leste. A obra engloba a construção de quatro túneis, 14 aquedutos, nove estações de bombeamento e 27 reservatórios. Em Pernambuco, há 3145 intervenções do PAC em andamento e apenas 816 foram concluídas.