domingo, 13 de novembro de 2011

pedestre e motorista divide espaços nas grandes cidades do Brasil


Mais respeito ao pedestre no trânsito

Por: Creso de Franco Peixoto* ABCDMAIOR











A necessidade de se reeducar os motoristas sobre os direitos dos pedestres
O excesso de veículos e o elevado número de habitantes geram cada vez mais problemas entre pedestres, motociclistas e motoristas. Pedestres têm prioridade nas vias, sobre todos os veículos, desde que já estejam cruzando ou sobre as faixas, de acordo com o artigo 29 do CBT (Código de Trânsito Brasileiro), excetuando-se veículos de emergência com sirenes em funcionamento. Muitos motoristas insistem que não dá para frear. Não reduzem a velocidade antes das faixas. Não observam a circulação de pedestres na via. O motociclista ainda tenta justificar que é difícil frear ou, se tentar, vai cair. Cerceiam o direito dos frágeis transeuntes.
Há necessidade de reeducação dos motoristas e motociclistas brasileiros. E não falta dinheiro. A lei obriga recursos de multas para esta atividade (art. 320/CTB). A decisão da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo, de reeducar e de punir, deve ser vista como fundamental para a segurança e a pacificação no trânsito. Reforça o Estado democrático.
Brasília, belo exemplo de respeito às faixas de pedestres. Cidade campeã de renda per capita. Alto nível educacional. Não é raro observar discussões entre pedestres e motoristas de fora, quando pedestres são obrigados a parar.
A redução de velocidade dos veículos em região servida por faixas de pedestres é ponto fundamental. Segundo o Centro de Pesquisas em Transportes de Paris, um pedestre a cada dez morre, se sofrer colisão com veículo a 30 km/h. A 50 km/h, nove pedestres morrem a cada dez. O limite de 40 km/h defronte de escolas, que alguns insistem que é para facilitar a multa de radar, ainda não é suficiente para a máxima proteção.
Na grande Londres de dias de vandalismo, as faixas de pedestres continuam com suas lâmpadas amarelas em cada canto das faixas a ajudar a salvar vidas, contrastando com lojas em chamas. O alto cultural é suficiente para compreender riscos. As leis são aplicadas com firmeza. Desta forma, ocorreu redução de 64% de pedestres mortos entre 1984 e 2002. Hoje, pedestre morto em Londres é raro. Em São Paulo, na virada do século 20, são 681 pedestres mortos em cada 100.000 habitantes. Na atualidade do Reino Unido, são 70 para cada 100.000.
A tecnologia também auxilia na redução dos conflitos pedestres e veículos. Em Madrid, inconfundíveis sons avisam pedestres que o verde dos semáforos agora é deles. Mas estes, os pedestres, também precisam respeitar as faixas. No nosso código de trânsito há obrigação de usar a faixa, porém, sem punição. Em Paris, décadas separam os dias de hoje com o início da prática de multas a pedestres teimosos.
*Creso de Franco Peixoto é professor do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana), engenheiro Civil e mestre em Transportes.



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