De tempos em tempos somos obrigados a suportar a crítica disseminada nas ruas de que não sabemos votar. Há verdade nisso. Mas há, também, uma distancia abissal entre o gesto e a intenção de quem a patrocina.
Em outra direção, mas no mesmo eixo, frequentemente somos provocados com a cantilena de que não brigamos por nossos direitos de cidadão republicano, enganosamente entoada por políticos com o jeitão de quem se julga sabedor de todas as respostas, mas que nunca lhes fora feita uma pergunta.
Intimidados diante da dureza lúcida com que situações como estas nos atingem, preferimos nos calar mais uma vez, remoendo a imortal citação de Bertolt Brecht: "...arrancam-nos a voz da garganta...".
Se o silêncio coletivo, como elemento cognitivo emocional das pessoas de bem, é um bom conselho para que fiquemos longe da truculência do sistema face aos pseudos "meios de defesa" que nos oferecem é, também, um alerta ao mesmo de que para tudo há um limite.
Uma reflexão mais profunda sobre esse comportamento aponta, na essência, para a deterioração do tecido social diante da falência múltipla das instituições de poder, e adverte para os riscos da exacerbação, dos repetidos abusos, do usufruir só para si o que é direito de todos, cuja contaminação em escala parece irreversível.
A ideia de ser ampliada a esfera de proteção da sociedade através da Lei Ficha Limpa, apostando no trabalho de setores do Judiciário como ajuda presumidamente eficiente para o aperfeiçoamento dos outros poderes, pareceu atender as melhores das intenções. No entanto, ainda que sustentada por eloquentes retóricas, a teoria não concorreu ao aprimoramento da ação.
Fabrice Coffrini-21.out.11/France Presse | ||
De tempos em tempos somos obrigados a suportar a crítica disseminada nas ruas de que não sabemos votar. Há verdade nisso. Mas há, também, uma distancia abissal entre o gesto e a intenção de quem a patrocina.
Em outra direção, mas no mesmo eixo, frequentemente somos provocados com a cantilena de que não brigamos por nossos direitos de cidadão republicano, enganosamente entoada por políticos com o jeitão de quem se julga sabedor de todas as respostas, mas que nunca lhes fora feita uma pergunta.
Intimidados diante da dureza lúcida com que situações como estas nos atingem, preferimos nos calar mais uma vez, remoendo a imortal citação de Bertolt Brecht: "...arrancam-nos a voz da garganta...".
Se o silêncio coletivo, como elemento cognitivo emocional das pessoas de bem, é um bom conselho para que fiquemos longe da truculência do sistema face aos pseudos "meios de defesa" que nos oferecem é, também, um alerta ao mesmo de que para tudo há um limite.
Uma reflexão mais profunda sobre esse comportamento aponta, na essência, para a deterioração do tecido social diante da falência múltipla das instituições de poder, e adverte para os riscos da exacerbação, dos repetidos abusos, do usufruir só para si o que é direito de todos, cuja contaminação em escala parece irreversível.
A ideia de ser ampliada a esfera de proteção da sociedade através da Lei Ficha Limpa, apostando no trabalho de setores do Judiciário como ajuda presumidamente eficiente para o aperfeiçoamento dos outros poderes, pareceu atender as melhores das intenções. No entanto, ainda que sustentada por eloquentes retóricas, a teoria não concorreu ao aprimoramento da ação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário