A presidente Dilma Rousseff disse, em entrevista publicada nesta quinta-feira (13) pelo jornal francês "Le Monde", que não tolera corrupção, e defendeu o governo de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva.
"Eu não tolero a corrupção e meu governo também não", disse Dilma.
Em entrevista concedida ao diário antes de deixar a França, onde concluiu na quarta uma visita de Estado de dois dias, Dilma explicou que no Brasil, para se candidatar a uma eleição, um cidadão não pode ter acusações pendentes contra si.
"'O Ministério Público é independente, a Polícia Federal investiga e prende e a Justiça pune", disse. "E aquele que iniciou esta nova etapa de governança foi o ex-presidente."
Afirmando que a corrupção "é uma praga que afeta todos os países", a presidente brasileira considerou que, além das pessoas, "as instituições devem ser virtuosas".
Segundo ela, "a sociedade deve ter acesso a todos os dados governamentais" e aqueles que utilizam recursos públicos "têm que prestar contas".
Por isso, o Brasil criou um "Portal da Transparência" que registra os gastos públicos dia a dia, acrescentou.
"Eu não tolero a corrupção, e meu governo também não. Se há suspeitas fundadas sobre a pessoa, ela tem que sair. Mas, certamente, não se pode confundir essas investigações com uma caça às bruxas própria de regimes autoritários", disse.
Dilma já havia defendido na terça seu antecessor, considerando "lamentáveis" as acusações contra o ex-presidente e afirmando que são "tentativas de manchar o imenso respeito que o povo brasileiro tem por Lula".
Crescimento fraco
Questionada sobre os fracos números do crescimento do PIB, Dilma afirmou que o país está atravessando um "período de transição".
"A crise internacional provocou uma desaceleração da economia brasileira em junho de 2011", disse. "Nós tivemos que adotar medidas estruturais, como a redução das taxas de juros. Pela primeira vez em 20 anos, elas se aproximaram das do mercado internacional. Isso trouxe mudanças na rentabilidade. O aumento dos investimentos produtivos ainda não compensou a queda dos investimentos financeiros."
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