Abilio é rejeitado para vaga em comitê financeiro do Pão de Açúcar
O empresário Abilio Diniz, presidente do conselho de administração e segundo
maior acionista do Grupo Pão de Açúcar (GPA), teve seu nome rejeitado para
integrar o comitê de governança corporativa e ocupar uma vaga no comitê
financeiro da companhia.
Também não conseguiu apoio para que estudos fossem feitos em 60 dias para
levar a empresa para o Novo Mercado da Bovespa, segmento de listagem com padrões
mais rígidos de transparência e respeito aos minoritários.
As decisões ocorreram nesta sexta-feira durante reunião do conselho de
administração do GPA, controlado pelo grupo francês Casino.
Na semana passada, reportagem da Folha mostrou que advogados do
empresário estudavam tomar medidas legais, entre elas recorrer a um tribunal de
arbitragem, para garantir que Abilio conseguisse assento no novo comitê de
governança da empresa e para evitar o esvaziamento de sua função na companhia
brasileira.
ESCOLHIDOS
Na reunião de hoje foram aprovados os nomes dos cinco escolhidos para
integrarem o comitê de governança do GPA.
Maria Helena Fernandes de Santana, ex-presidente da CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), exercerá a função de presidente do comitê.
Também foram aprovados os nomes de Arnaud Strasser, representante do Casino e
vice-presidente do conselho, Guilherme Affonso Ferreira, representante dos
acionistas minoritários, Roberto Lima, ex-presidente da Vivo, e Luiz Augusto
Castro Neves, diplomata brasileiro.
Na votação, oito conselheiros ligados ao Casino aprovaram os nomes. Três
conselheiros independentes se abstiveram da votação (no total, são quatro). E
quatro ligados a Abilio votaram a seu favor.
A Folha apurou que Abilio tem dito a pessoas próximas que não é contra
o comitê nem a indicação de Maria Helena para o cargo. Além da gestão eficiente
frente à CVM, a executiva vem de uma família com relação com o varejo,
José Fernandes, pai de Maria Helena, era dono da rede Barateiro de
supermercados, comprada pelo grupo Pão de Açúcar em 1998. A aquisição foi
motivada pela intenção do grupo de fortalecer sua atuação junto a classes mais
populares, em expansão no país nos últimos anos.
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