Crise do Cantareira já afeta comerciantes
Em um posto de gasolina da Vila Santa Maria, na zona norte, a demanda pelo serviço de lavagem cresceu 50% desde que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) começou a aplicar o bônus para quem economizar. "Ninguém quer mais lavar o carro em casa", disse o frentista Genilson dos Santos, de 33 anos. Para garantir o serviço, os donos do posto já começaram a comprar caminhões-pipa e cortaram o gasto com água da rua.
Contra o desperdício, Edival Severino, de 63 anos, de um lava-rápido do Bairro do Limão, na zona norte, mudou a estratégia de trabalho. "Uso balde de água e não o jato para lavar os tapetes. Ensaboo o carro primeiro e depois passo o jato de uma só vez", disse. "É importante economizar. Na minha casa já falta água toda semana."
O cabeleireiro Marcelo Ribeiro, de 31 anos, dono de um salão na Vila Romana, na zona oeste, passou a fechar o registro à noite para evitar vazamentos pela pressão da água nos lavatórios. "Lavo rápido o cabelo das clientes e até tive redução na conta." Se faltar água, ele disse que voltará para o interior. "Vou para a minha cidade, que, não à toa, chama Fartura."
No Colégio Progresso Santa Maria, na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte, o banho das crianças de 2 e 3 anos agora é com lenços umedecidos. "No maternal não tem jeito, tem de dar dois banhos por dia", disse a coordenadora, Erika da Silva, de 28 anos.
Segundo o presidente do Conselho de Sustentabilidade da Fecomercio-SP, José Goldemberg, pequenos comerciantes têm poucas alternativas além de racionar o uso da água. "O grande comércio até pode se defender com poço artesiano ou reúso, mas os menores têm de seguir as dicas de economia."
A Associação Comercial de São Paulo vai fazer, até o fim do mês, uma campanha no Estado sobre o uso racional de água. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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