Brasil cobra imposto caro, mas é o que dá menos retorno à população Fonte
Pelo quinto ano seguido, o Brasil aparece entre os 30 países do mundo que mais cobram impostos. Também pela quinta vez, o país ocupa a lanterna em termos de qualidade dos serviços públicos prestados à população.
Os dados do "Estudo sobre a Carga Tributária/PIB X IDH" foram divulgados nesta segunda-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Quando se avalia a relação entre carga tributária e qualidade dos serviços públicos –como educação, saúde e transporte--, o Brasil fica atrás de vizinhos como Uruguai (11º) e Argentina (19º).
Austrália, Coreia do Sul e Estados Unidos ocupam as primeiras posições.
"O Brasil continua oferecendo péssimo retorno aos contribuintes, no que se refere à qualidade do ensino, atendimento de saúde pública, segurança, saneamento básico, entre outros serviços", disse o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
Veja o ranking
- Austrália
- Coreia do sul
- Estados unidos
- Suíça
- Irlanda
- Japão
- Canadá
- Nova Zelândia
- Israel
- Reino unido
- Uruguai
- Eslováquia
- Espanha
- Islândia
- Alemanha
- Grécia
- República Tcheca
- Noruega
- Argentina
- Eslovênia
- Luxemburgo
- Suécia
- Áustria
- França
- Bélgica
- Itália
- Hungria
- Dinamarca
- Finlândia
- Brasil
Metodologia e considerações
O estudo considerou a carga tributária dos países em 2013, de acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2013 para calcular o Índice de Retorno De Bem Estar à Sociedade (Irbes).
No entanto, vale lembrar que o ranking é medido pela proporção de impostos em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) dos países.
Isso significa que países com uma mesma carga tributária podem ter diferenças expressivas no volume de arrecadação por pessoa.
Na Alemanha, por exemplo, os tributos equivalem a 36% do PIB, uma carga bem parecida com a do Brasil, que é de 35%.
Como o PIB do Brasil é muito menor que o da Alemanha, aqui a carga tributária corresponde a uma média de US$ 5.592,30 por pessoa. Ou seja, o governo brasileiro teve esse valor para gastar com cada cidadão em 2013.
Na Alemanha, a arrecadação de tributos foi de US$ 16.090,56 por pessoa, em média. O governo alemão, portanto, dispõe do triplo de recursos para utilizar com cada habitante.
Além disso, os países europeus que têm carga tributária semelhante à brasileira são muito menores que o Brasil e, portanto, tendem a ter menos estradas para construir e manter, menos portos, menos fronteiras para vigiar etc.
Ainda, a infraestrutura básica em países como a Alemanha já está em estado mais avançado que a do Brasil, de modo que grande parte dos US$ 16 mil que o país tem atualmente para gastar com cada cidadão serve para melhorar o que já está razoável.
Por fim, vale ressaltar que, no atual momento, o BCE (Banco Central Europeu) tem uma taxa de juros de 0,05% ao ano, enquanto no Brasil a taxa está em 13,25%.
Estando ou não a taxa básica de juros em um patamar adequado para combater a inflação, o fato é que os gastos com juros no país acaba consumindo grande parte do orçamento da União.
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