sábado, 8 de março de 2014


À espera do Velho Chico

Nordestino sofre com atraso na transposição do São Francisco e uma seca que já entra no terceiro ano

22 de fevereiro de 2014 | 17h 32
Alexa Salomão, de O Estado de S.Paulo
O Castanhão, o maior açude do Brasil, localizado no Ceará, é tão grande que pode ser visto do espaço. Armazena 6,7 bilhões de metros cúbicos de água. É sete vezes maior do que o sistema da Cantareira, o reservatório da região metropolitana de São Paulo. Ao entrar em seu terceiro ano, a seca que castiga o Nordeste chega a esse oásis. Pela primeira vez desde a inauguração, em 2002, o Castanhão está com 38% da capacidade.
Para preservar sua água, duas grandes áreas agrícolas irrigadas por ele, Tabuleiro das Russas e Chapada do Apodi, não podem, a partir de 2014, expandir a área de plantio. Se a água baixar mais, os piscicultores terão de reduzir a produção. "Estamos tensos, porque um corte na criação de peixes significa corte de empregos", diz Cristiano de Almeida, que cria tilápias no leito do açude. A economia no entorno do Castanhão gera mais de 6 mil empregos diretos.
Tanta tensão não existiria tivesse a transposição do Rio São Francisco sido concluída em 2010, como previu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Castanhão é o maior açude de uma lista de 21 que pelo projeto serão perenizados pela transposição em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A reportagem do Estado percorreu 2,2 mil km de estradas para visitar seis deles: Além do Castanhão, Entremontes e Chapéu, em Pernambuco, São Gonçalo, Mãe D’Água e Coremas, na Paraíba (veja mapa). No caminho encontrou muita expectativa, frustação e prejuízos - traduzidos em animais mortos pela sede e culturas ceifadas por racionamentos de água - no que parece ser a espera sem fim pela águas do Velho Chico.

À espera do Velho Chico

Nordestino sofre com atraso na transposição do São Francisco e uma seca que já entra no terceiro ano

22 de fevereiro de 2014 | 17h 32
Alexa Salomão, de O Estado de S.Paulo
O Castanhão, o maior açude do Brasil, localizado no Ceará, é tão grande que pode ser visto do espaço. Armazena 6,7 bilhões de metros cúbicos de água. É sete vezes maior do que o sistema da Cantareira, o reservatório da região metropolitana de São Paulo. Ao entrar em seu terceiro ano, a seca que castiga o Nordeste chega a esse oásis. Pela primeira vez desde a inauguração, em 2002, o Castanhão está com 38% da capacidade.
Para preservar sua água, duas grandes áreas agrícolas irrigadas por ele, Tabuleiro das Russas e Chapada do Apodi, não podem, a partir de 2014, expandir a área de plantio. Se a água baixar mais, os piscicultores terão de reduzir a produção. "Estamos tensos, porque um corte na criação de peixes significa corte de empregos", diz Cristiano de Almeida, que cria tilápias no leito do açude. A economia no entorno do Castanhão gera mais de 6 mil empregos diretos.
Tanta tensão não existiria tivesse a transposição do Rio São Francisco sido concluída em 2010, como previu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Castanhão é o maior açude de uma lista de 21 que pelo projeto serão perenizados pela transposição em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A reportagem do Estado percorreu 2,2 mil km de estradas para visitar seis deles: Além do Castanhão, Entremontes e Chapéu, em Pernambuco, São Gonçalo, Mãe D’Água e Coremas, na Paraíba (veja mapa). No caminho encontrou muita expectativa, frustação e prejuízos - traduzidos em animais mortos pela sede e culturas ceifadas por racionamentos de água - no que parece ser a espera sem fim pela águas do Velho Chico.

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