quinta-feira, 13 de março de 2014


Entenda a ditadura militar no Brasil em 40 datas históricas


50 anos do golpe civil-militar

Após momentos de uma crescente tensão entre direita e esquerda, em 31 de março de 1964, os militares iniciam o movimento de deposição do presidente João Goulart. Dali para frente, o Brasil passaria por 21 anos de ditadura militar.
Conheça a história da ditadura militar e as datas mais importantes dos anos de chumbo no país

O presidente Jânio da Silva Quadros durante cerimônia de comemoração do Dia do Soldado, em Brasília (DF); foi o último evento oficial antes de sua renúncia25.ago.61/Folhapress

25/08/1961

Renúncia de Jânio

Após um mandato de sete meses em que enfrentou forte oposição a suas políticas econômica e externa, o presidente Jânio Quadros renuncia.

A posse do vice-presidente João Goulart, representante da esquerda, não foi aceita pelos ministros militares e pelas classes dominantes. Para assumir o poder, Jango teve de se submeter a um acordo político em que aceitava o regime parlamentarista

Plebiscito derruba o parlamentarismo e João Goulart passa a governar o Brasil em regime presidencialistaUH/Folha Imagem

06/01/1963

Plebiscito para presidencialismo

Com o apoio da classe trabalhadora e da esquerda, Jango pede para que o Congresso antecipe para 1963 o plebiscito que definirá a continuidade ou não do parlamentarismo.

Após uma greve geral, o Congresso aprova o plebiscito. Em janeiro, cerca de 18 milhões de eleitores vão às urnas e, por 80% dos votos, o Brasil volta a adotar um sistema presidencialista, o que fortalece João Goulart

Multidão presente ao Comício da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, em defesa das reformas de base do governo João GoulartAcervo UH/Folhapress

13/03/1964

Reformas de base

O presidente João Goulart apresenta ao Congresso projetos em que defende a extensão do voto a analfabetos, a reforma agrária e pretende ampliar a intervenção do Estado na economia.
Com dificuldades para aprovar suas reformas de base, Jango faz uma ofensiva baseada no apoio popular. 150 mil pessoas comparecem a seu comício na Central do Brasil, no Rio de Janeiro

Multidão se reúne em frente à catedral da Sé durante a Marcha da Família com Deus pela LiberdadeFolha Imagem

19/03/1964

Marcha da Família

Em São Paulo, grupos ligados à oposição, à Igreja Católica e ao empresariado organizam uma passeata contra João Goulart. O movimento congregava segmentos da classe média que, em meio à Guerra Fria, temiam o "perigo comunista".

Cerca de 500 mil pessoas se reúnem no centro de São Paulo carregando faixas com as frases “Viva a democracia, abaixo o comunismo” ou “Abaixo os imperialistas vermelhos”

O general Castello Branco passa em revista da tropa já como presidente, em 1965Folhapress

20/03/1964

'Ameaça comunista'

O general Castello Branco, chefe do Estado-Maior do Exército, lança uma circular reservada aos oficiais advertindo sobre o que considerava como perigo comunista latente nas recentes medidas do presidente da República

Militares se movimentam em frente ao Ministério do Exército, no Rio de Janeiro, no dia 2 de abril de 1964Memórias Reveladas/Arquivo Nacional

01/04/1964

Golpe

Tropas militares rebeldes marcham em direção ao Rio de Janeiro para obrigar o presidente Jango à deposição. Oficiais golpistas tomam o Forte de Copacabana.Em apoio ao presidente, o CGT decreta greve geral.
Sem conseguir reverter o golpe de Estado, João Goulart deixa o Rio em direção à Brasília. No fim da noite, o Congresso anuncia a presidência vaga

O general Arthur da Costa e Silva fez parte da Junta MilitarFolhapress

09/04/1964

Primeiro ato institucional

Sob o comando de uma junta militar, é editado o ato institucional nº 1. O ato permite a cassação de mandatos e a suspensão de direitos políticos. A primeira lista de cassados contém nomes como o de João Goulart, Jânio Quadros, Luís Carlos Prestes, Leonel Brizola e Celso Furtado.

São marcadas eleições indiretas para presidente e vice-presidente

Posse do marechal Humberto de Alencar Castello Branco, presidente da República de 1964 a 1967Acervo UH/Folhapress

15/04/1964

Castello Branco assume o governo

O primeiro militar a assumir o poder durante a ditadura é o general Humberto Castello Branco, que fica na presidência até 1967.

Durante seu governo, foram cortadas as relações diplomáticas com Cuba e os EUA passaram a apoiar o governo brasileiro, inclusive economicamente

O político José Serra (centro) foi presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) nos anos de 1963 e 1964

09/11/1964

Proibição de protestos

É publicada a Lei Suplicy, que extingue a UNE (União Nacional dos Estudantes) e proíbe as organizações estudantis de realizar protestos

Nara Leão participou do Show Opinião, ao lado de João do Vale e Zé KétiSidney Corrallo/Folhapress

10/12/1964

Show Opinião

Estreia no Rio o show "Opinião", com Zé Keti, Nara Leão, Maria Bethânia e João do Vale. Escrito por Oduvaldo Vianna Filho e dirigido por Augusto Boal, o show marcou o início da resistência artística à ditadura militar.

A música que dá título ao espetáculo diz "Podem me prender, podem me bater, podem até deixar-me sem comer que eu não mudo de opinião”

UnB é invadida por tropas militares em 1964Arquivo Cedoc/UnB

18/10/1965

Demissão de professores universitários

156 professores pedem demissão da UnB (Universidade de Brasília) após a publicação de lista de desligamento de 15 docentes. No dia seguinte, outros 43 professores fazem o mesmo

Jornal Folha de S.Paulo repercute o Ato Institucional nº 2, assinado pelo presidente Castello BrancoReprodução

27/10/1965

Fim dos partidos políticos

Castello Branco decreta o AI-2, que extingue os partidos políticos, impõe eleições indiretas para presidente e atribui a este o poder de decretar estado de sítio sem consulta prévia do Congresso.

Após esse ato, o Brasil deixa o multipartidarismo e se torna um sistema eleitoral bipartidarista. O partido do governo é a Arena e a oposição é o MDB

O presidente Humberto Castello Branco discursa durante visita a São Paulo em 1966Acervo UH/Folhapress

05/02/1966

Eleições indiretas para governador

É decretado por Castello Branco o Ato Institucional nº 3, que institui eleições indiretas para governador e a nomeação de prefeitos.

Posse do presidente Arthur da Costa e SilvaFolhapress

15/03/1967

Nova Constituição

Entra em vigor uma nova Constituição do Brasil sob a presidência do general Costa e Silva. O texto concentra o poder nas mãos do Executivo, que passa a tomar decisões sobre orçamento e segurança nacional.

A nova constituição restringe também o direito dos trabalhadores à greve. Manifestações ou reuniões públicas passam a ser punidas pela Lei de Segurança Nacional

Pôster do filme Terra em Transe, do cineasta Glauber RochaDivulgação

05/05/1967

Terra em Transe

Glauber Rocha lança seu filme "Terra em Transe", que faz uma parábola da política populista característica de vários países da América Latina

Gilberto Gil e Os Mutantes interpretam 'Domingo no Parque', música que ficou em 2º lugarClaudemiro/Acervo UH/Folha Imagem

21/10/1967

Festival da MPB

No 3º Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, Gilberto Gil e Os Mutantes cantam "Domingo no Parque", Caetano Veloso apresenta "Alegria, Alegria" e Chico Buarque, "Roda Viva"

Corpo do jovem secundarista Edson Luís de Lima Souto, assassinado pelo comandante da tropa da PM, o aspirante Aloísio Raposo, durante confronto entre a Polícia Militar e estudantesFolhapress

28/03/1968

Morte de estudante secundarista

O estudante Edson Luís Lima Souto, 18, morre em um conflito com a PM em frente ao restaurante universitário Calabouço, no Rio. Os jovens preparavam um protesto contra as condições do ensino brasileiro.

Com medo de que a polícia forje o motivo da morte, manifestantes levam o corpo para a Assembleia Legislativa. Nos dias seguintes, protestos contra a violência do regime levam milhares às ruas

Fotografia de Evandro Teixeira da Passeata dos 100 mil em 1968, no Rio de JaneiroEvandro Teixeira/CPDoc

01/06/1968

Passeata dos 100 mil

Após uma série de manifestações duramente reprimidas pelo regime militar, o governo aceita que seja feito um protesto com data e local combinados.

A passeata dos cem mil, no Rio de Janeiro, reúne estudantes, artistas, intelectuais, clero, sindicalistas e a população, em protesto contra as violências da ditadura

Confronto entre estudantes universitários da USP e da Universidade Mackenzie na rua Maria Antônia, região central de São PauloGil Passarelli/Folhapress

02/10/1968

Batalha da Maria Antônia

O confronto começou quando estudantes da USP faziam pedágio na rua Maria Antônia para arrecadar dinheiro para o Congresso da ex-UNE e foram atacados por alunos do Mackenzie.

A USP reunia movimentos estudantis de esquerda, enquanto no Mackenzie havia grupos de direita, como o Comando de Caça aos Comunistas.

O conflito só terminou no dia seguinte com a morte de um estudante

Arthur da Costa e Silva preside reunião do Conselho de Segurança Nacional, no Rio, que aprovou o AI-5Folhapress

13/12/1968

AI-5

Sem controle sobre os protestos que tomavam as ruas do país, o general Costa e Silva decreta o AI-5.

O ato suspende liberdades democráticas e direitos constitucionais, permitindo que a polícia efetue investigações, perseguições e prisões de cidadãos sem necessidade de mandato judicial. O decreto marca a radicalização da ditadura militar

Prédio da 36ª Delegacia de Polícia, no Paraíso (São Paulo). Aos fundos do local ficava a antiga sede da ObanCris Komesu/Folhapress

27/06/1969

Oban é montada em SP

A repressão militar passou a contar com centros de informações de cada ramo das Forças Armadas. Também foram criados o DOI-Codi e órgãos paramilitares como a Oban (Organização Bandeirantes).

Em São Paulo, a Oban coordenava ações de órgãos de combate às organizações armadas de esquerda. Criada com apoio financeiro de empresários, foi chefiada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, concede entrevista coletiva na embaixada norte-americana um dia após ter sido liberado pelos sequestradoresAcervo UH/Folhapress

04/09/1969

Sequestro de embaixador

Guerrilheiros sequestram no Rio de Janeiro o embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick.

Os grupos responsáveis pelo sequestro pedem a libertação de 15 presos políticos em troca do embaixador. Três dias depois do sequestro, Elbrick é solto e os presos viajam para o México.

A ação inaugura uma série de sequestros em troca de presos políticos

Solenidade de posse do presidente Emílio Garrastazu MédiciAcervo UH/Folhapress

30/10/1969

Médici

Após o afastamento do presidente Costa e Silva por motivos de saúde, o general Emílio Garrastazu Médici é empossado presidente.

Os cinco anos de governo de Médici são marcados pelo "milagre econômico" e também pelo período de maior repressão política da história

50 anos do golpe civil-militar

Renúncia de Jânio

Plebiscito para presidencialismo

Reformas de base

Marcha da Família

'Ameaça comunista'

Golpe

Primeiro ato institucional

Castello Branco assume o governo

Proibição de protestos

Show "Opinião"

Demissão de professores universitários

Fim dos partidos políticos

Eleições indiretas para governador

Nova Constituição

Terra em Transe

Festival da MPB

Morte de estudante secundarista

Passeata dos 100 mil

Batalha da Maria Antônia

AI-5

Oban é montada em SP

Sequestro de embaixador

Médici

Censura prévia a jornais

Programa de Integração Nacional

Desaparecimento de Rubens Paiva

Guerrilha do Araguaia

Tratado de Itaipu

Geisel promete distensão

Vlado é torturado e morto

Estudantes voltam a se organizar

Greves do ABC

Fim do AI-5

Operação Condor

Figueiredo toma posse

Lei da Anistia

Atentado do Riocentro

Filme mostra tortura e é censurado

Campanha pelas Diretas Já

Eleição de Tancredo Neves

1960
1970
1980
1990
2000
1964
1968
1972
1976
1984
1961
1962
1963
1965
1966
1967
1969
1971
1973
1974
1975
1977
1978
1979
1981
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1985
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