Como o mundo se posiciona em relação à crise na Ucrânia
As primeiras reuniões acontecem nesta quarta-feira em Paris, onde estão o ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, o secretário de Estado americano, John Kerry, além de ministros europeus.
O encontro havia sido previamente agendado para tratar da situação dos refugiados sírios no Líbano, mas o assunto que provavelmente dominará as conversas deve ser a crise ucraniana.
As reuniões em Paris são, acima de tudo, uma forma de testar a possibilidade de diálogo, diz Bridget Kendall, analista de diplomacia da BBC.
Mas Rússia não parece estar muito disposta ao diálogo. O ministro de Relações Exteriores britânico, William Hague, disse que os russos não compareceram a uma reunião com os ucranianos em Paris e que, por isso, ele não está "otimista".
"Se não houver progresso, haverá custos e consequências", Hague afirmou.
O debate continuará na quinta-feira, em Bruxelas, na Bélgica, onde haverá uma cúpula extraordinária entre líderes da União Europeia convocada em caráter de urgência para discutir a situação depois do envio de tropas russas à região da Crimeia, no sul da Ucrânia.
No encontro, serão discutidas sanções comerciais e diplomáticas à Rússia, que já afirmou que responderá à altura a qualquer sanção. Em uma entrevista coletiva na terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, fez um alerta, dizendo que eventuais medidas podem causar "danos mútuos".
Segundo agências de notícias estatais russas, os parlamentares do país já estudam leis que permitiriam confiscar bens de empresas europeias e americanas se sanções foram impostas a Moscou.
Por isso, a posição de países em relação às movimentações russas varia de acordo com a relação comercial que cada um tem com a Rússia.
União Europeia
O bloco concedeu uma ajuda de 11 bilhões de euros à Ucrânia, enquanto vem, ao mesmo tempo, considerando abertamente sanções a indivíduos e empresas russas, mas teme que isso possa prejudicar suas relações com o país, que é seu terceiro maior parceiro comercial.
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Em teoria, eles poderiam recorrer à Noruega para compensar uma retaliação russa. No entanto, passar a comprar gás e óleo dos noruegueses sairia mais caro para os europeus.
Alemanha
Tem sido a principal ponte de diálogo com a Rússia, de onde vem um terço de suas importações de óleo e gás.A chanceler Angela Merkel vem fazendo comentários públicos comedidos sobre a situação, também porque a Alemanha está muito próxima geograficamente da Ucrânia e um conflito armado na região pode lhe custar caro.
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