Greve dos coletores será julgada hoje
O resultado do julgamento será levado à categoria em assembleia geral, às 17h, na sede do Siemaco-ABC, na Vila Alzira, em Santo André.
Embora a questão tenha chegado ao limite do tribunal, o presidente do sindicato regional, Roberto Alves da Silva, não descarta a possibilidade de permanência da greve, caso o martelo seja batido a favor da proposta do Selur. “Acredito que a categoria não aceite, depois de ficar uma semana parada, voltar com os mesmos 10% no bolso”, disse.
Com cinco dias de paralisação, o quintal da população tem virado depósito de lixo improvisado. “Se deixar na rua, os cães e vândalos rasgam e a situação fica ainda pior”, disse a estudante e moradora da Vila Lutécia, em Santo André, Bruna Paolla Agrelli, 31 anos.
“Tenho colocado em sacos de náilon e dentro de caixas no quintal, para que o papelão absorva o chorume do lixo”, disse o aposentado Odilon Ciriaco da Silva, 63, que mora ao lado do Ecoponto do Jardim Ipanema, também em Santo André. Com o fechamento temporário do espaço por conta da greve, a calçada está tomada por entulho e lixo, obrigando os pedestres a transitarem pela rua. A reportagem do Diário flagrou dois carros descartando resíduos no local. O neto de Silva, Renato Batista, 18 anos, que é cadeirante, não consegue sair de casa e lamenta a falta de consciência da população. “Esse lixo traz dois riscos: o de transmitir doenças e o de atropelamentos.”
Trabalho dos lixeiros tende a ser mais valorizado após movimento
“No geral, os coletores são meio que invisíveis na sociedade, e essa invisibilidade é quebrada com a greve. Esse protesto traz os profissionais para o protagonismo e, mais que isso, coloca em discussão a questão dos baixos salários e da falta de condições de trabalho”, destacou Luci, completando: “A greve tem que ser mais que o incômodo do lixo na rua, pois não é possível que a gente admita que os trabalhadores sejam desrespeitados e não tenham condições de trabalho adequadas.”
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